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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Quem é que vai pôr o pingo no i do meu filho?

Como professora, desde os tempos de Educação Básica(CB Inicial e 2) , ouvia comentários de mães, logo no início do ano letivo:
- "Se ele/a não obedecer pode pôr de castigo, professora! "Se ele não fizer a lição manda bilhete ao pai que ele dá um jeito.....e daí por diante...
A cada pérola desse tipo tratava de, com muita consideração e atenção, explicar qual era o método/pedagogia que nós, professoras(es) podíamos utilizar em sala de aula (assim como em nossas casas, com nossos filhos): ouvir, dar atenção, tratar cada um como ser único e dar o melhor de mim para ajudá-los no que fosse preciso. Até na queda dos primeiros dentinhos, dos cabelos carentes de trato, do uniforme, dos vômitos e males que acometem uma criança quando se depara com uma refeição diferente da que faz uso em seu lar. Posso dizer que a merenda pública, tempos atrás, não era balanceada e/ou saborosa/apetitosa como nos tempos atuais. E mais? trabalhava em escolas carentes, de periferia, assim foi que "entrei de pé na profissão".
Anos depois, lecionando Português no Ensino Fundamental (antigo ginásio, das 5ªs às 8ªs séries), tinha o hábito de dialogar muito, declamar poesias (até as que eu própria escrevia), fazer jograis de textos como "O pequeno príncipe", "Juventude" e outros, eventualmente construídos com redações dos próprios alunos, temáticos e educativos. Também mantinha o hábito do dever de casa, leitura do livro didático e extra didático, caligrafia e outros.
Nesta fase já ouvia um falar diferente das mães, quando nas reuniões de pais e mestres, principalmente daquelas em que chamávamos para advertimos e/ou traçarmos estratégias de comportamento e aprendizagem conjunta:
- É essa a educação que seus professores lhe ensinam? - repetiam ao(s) filho(s), como se fosse esse o papel dos  mestres para a aprendizagem e formação dos seus educandos.
Chegada a vez do ensino médio (antigo colegial), os próprios filhos, protegidos pelas leis super protetoras do Estado, ousavam inverter papeis: faziam apenas as lições que escolhiam, ouviam com fones de ouvidos (?!), copiavam dos colegas o estudo de casa, e sem essa de colaborar com o silêncio e atenção...."Tá ligado profe?" "Fica frio, esquenta não". E se fizéssemos o oposto, lá vinham os pitacos e advertências dos próprios pais, gestores e supervisores. 
- Não se pode excluir, temos que compartilhar os diversos saberes, competências e linguagens (e que linguagens, por vezes ouvíamos!)
Certa ocasião, a escola em que lecionava chamou os pais de um adolescente e também a guarda municipal que fazia ronda escolar pois, o jovem praticava bullying e outras práticas contrárias à educação, contra professor e colegas e sabe o que ouvimos desta vez?
- Vamos embora, meu filho, que a corda rompe do lado mais fraco! (pra não dizer do lado podre).
Atualmente, já em minha casa, esperando a liberação e publicação oficial de aposentadoria por tempo de serviço junto aos órgãos competentes, passo algumas horas lendo e meditando sobre a importância de se oferecer a cada criança. a cada adolescente, a cada adulto, uma prática educativa que funcione como deve ser: clara, disciplinadora, cobrar compromissos e seduzir, claro, termo muito usado nas reuniões pedagógicas, mas seduzir com verdade, firmeza e amor.
Tal como fazemos com os nossos filhos e netos (porventura)
E que os pingos sejam colocados a partir do lar, na escola, na comunidade, na vida adulta, no trabalho, afinal, aprendizagem é para a vida toda!


ANNA COM  MUITOS ENNES

Talvez você não o saiba,
mas para mim,
o meu nome tem muitos ennes:

N de nunca seguir pela vida, sem carregar juntinhos, mente e coração
        Pois,
        Para se seguir pela vida,
        enfrentar a cara dos carudos,
        dos carrancudos,
        é preciso mais que um coração
      
N de nunca desistir de sonhar, pois o sonho é a arte da vida
         O vento tenta,
         nos desalenta,
         carrega longe o nosso sonhar...

N de nunca dizer não consigo, sem antes recorrer à sua mente jovem e poderosa:
         Enfrenta o vento
         enquanto é tempo
         enfrenta tudo,
         que o mundo ampara
         quem quebra a cara
         não pára,
         mas vai, sangrando...
                     
N de nunca dizer tudo isto eu já sabia, quando havia algo oculto a ser
desvendado...
          ...Rumo ao infinito
            tudo é mais bonito:
            todo mistério
           pode ser sondável,
          e quão fácil é viver
          quando a opção é amar!