- "Se ele/a não obedecer pode pôr de castigo, professora! "Se ele não fizer a lição manda bilhete ao pai que ele dá um jeito.....e daí por diante...
A cada pérola desse tipo tratava de, com muita consideração e atenção, explicar qual era o método/pedagogia que nós, professoras(es) podíamos utilizar em sala de aula (assim como em nossas casas, com nossos filhos): ouvir, dar atenção, tratar cada um como ser único e dar o melhor de mim para ajudá-los no que fosse preciso. Até na queda dos primeiros dentinhos, dos cabelos carentes de trato, do uniforme, dos vômitos e males que acometem uma criança quando se depara com uma refeição diferente da que faz uso em seu lar. Posso dizer que a merenda pública, tempos atrás, não era balanceada e/ou saborosa/apetitosa como nos tempos atuais. E mais? trabalhava em escolas carentes, de periferia, assim foi que "entrei de pé na profissão".
Anos depois, lecionando Português no Ensino Fundamental (antigo ginásio, das 5ªs às 8ªs séries), tinha o hábito de dialogar muito, declamar poesias (até as que eu própria escrevia), fazer jograis de textos como "O pequeno príncipe", "Juventude" e outros, eventualmente construídos com redações dos próprios alunos, temáticos e educativos. Também mantinha o hábito do dever de casa, leitura do livro didático e extra didático, caligrafia e outros.
Nesta fase já ouvia um falar diferente das mães, quando nas reuniões de pais e mestres, principalmente daquelas em que chamávamos para advertimos e/ou traçarmos estratégias de comportamento e aprendizagem conjunta:
- É essa a educação que seus professores lhe ensinam? - repetiam ao(s) filho(s), como se fosse esse o papel dos mestres para a aprendizagem e formação dos seus educandos.
Chegada a vez do ensino médio (antigo colegial), os próprios filhos, protegidos pelas leis super protetoras do Estado, ousavam inverter papeis: faziam apenas as lições que escolhiam, ouviam com fones de ouvidos (?!), copiavam dos colegas o estudo de casa, e sem essa de colaborar com o silêncio e atenção...."Tá ligado profe?" "Fica frio, esquenta não". E se fizéssemos o oposto, lá vinham os pitacos e advertências dos próprios pais, gestores e supervisores.
- Não se pode excluir, temos que compartilhar os diversos saberes, competências e linguagens (e que linguagens, por vezes ouvíamos!)
Certa ocasião, a escola em que lecionava chamou os pais de um adolescente e também a guarda municipal que fazia ronda escolar pois, o jovem praticava bullying e outras práticas contrárias à educação, contra professor e colegas e sabe o que ouvimos desta vez?
- Vamos embora, meu filho, que a corda rompe do lado mais fraco! (pra não dizer do lado podre).
Atualmente, já em minha casa, esperando a liberação e publicação oficial de aposentadoria por tempo de serviço junto aos órgãos competentes, passo algumas horas lendo e meditando sobre a importância de se oferecer a cada criança. a cada adolescente, a cada adulto, uma prática educativa que funcione como deve ser: clara, disciplinadora, cobrar compromissos e seduzir, claro, termo muito usado nas reuniões pedagógicas, mas seduzir com verdade, firmeza e amor.
Tal como fazemos com os nossos filhos e netos (porventura)
E que os pingos sejam colocados a partir do lar, na escola, na comunidade, na vida adulta, no trabalho, afinal, aprendizagem é para a vida toda!
ANNA COM MUITOS ENNES
Talvez você não o saiba,
mas para mim,
o meu nome tem muitos ennes:
N de nunca seguir pela vida, sem carregar juntinhos, mente e
coração
Pois,
Para se seguir
pela vida,
enfrentar a
cara dos carudos,
dos
carrancudos,
é preciso mais
que um coração
N de nunca desistir de sonhar, pois o sonho é a arte da vida
O vento
tenta,
nos
desalenta,
carrega longe
o nosso sonhar...
N de nunca dizer não consigo, sem antes recorrer à sua mente
jovem e poderosa:
Enfrenta o
vento
enquanto é
tempo
enfrenta
tudo,
que o mundo
ampara
quem quebra a
cara
não pára,
mas vai,
sangrando...
N de nunca dizer tudo isto eu já sabia, quando havia algo
oculto a ser
desvendado...
...Rumo ao
infinito
tudo é
mais bonito:
todo
mistério
pode ser
sondável,
e quão fácil
é viver
quando a
opção é amar!