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terça-feira, 27 de outubro de 2020

Literariamente: Cordel-Literatura popular em versos

Literariamente: Cordel-Literatura popular em versos:                                O que é Cordel:   

1o      Já falei de saudade [não rima]

2o      Tristeza e ingratidão [rima 1]

3o      De amor e de prazer [não rima]

4o      E cantei de emoção [rima 1]

5o     Quero agora cantar [rima 2]

6o     E também quero falar [rima 2]

7o     Das coisas do meu sertão [rima 1]



No cordel, os versos 2/4/7 devem rimar entre si;


os versos 5/6 rimam entre si;

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Literariamente: Cordel-Literatura popular em versos

Literariamente: Cordel-Literatura popular em versos:                                O que é Cordel:                                                                                           ...

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O que é o miniconto segundo palestrantes


 

Estrofe onde é recuperado e explicado um determinado tema apresentado num mote que é colocado no início do poema e do qual pode repetir um ou mais versos em posição certa, como um refrão.

A glosa prolifera como estrutura formal da poesia lírica do séc. XV, designando as estrofes da poesia obrigada a mote, que desenvolviam o tema proposto por este. Inicialmente fazia parte de composições poéticas breves, como o vilancete, que apresentava uma ou mais glosas de sete versos, ou como a cantiga, que apresentava uma glosa de oito ou dez versos. O verso utilizado era o heptassílabo e, menos frequentemente, o pentassílabo.

No entanto, segundo Le Gentil, progressivamente, a glosa deixou de ser exclusivamente composta a partir de um mote de dois ou três versos, podendo retomar uma cantiga, um vilancete inteiro, ou mesmo um rimance. O poeta devia repetir e explicar sucessivamente cada verso de uma destas composições, criando um novo poema de tamanho variável. Em cada estrofe da nova composição poética, podiam reaparecer um ou dois desses versos, colocados em qualquer posição, com a condição desse local permanecer fixo até ao seu final. Normalmente, citavam-se dois versos por estrofe, um no meio e outro no fim, podendo existir outras combinações, como por exemplo, um verso no princípio e outro no meio, ou os dois no fim. Quando apenas um verso era retomado, podia surgir em qualquer posição da estrofe, embora fosse mais usual o seu reaparecimento no final. Deste modo, a extensão da glosa dependia do modelo seleccionado pelo poeta e do número de versos da composição glosada.

O hábito de realizar glosas implementou-se em todas as cortes do ocidente latino europeu, constituindo um dos principais passatempos dos serões do paço onde praticamente todos os participantes eram simultaneamente produtores e ouvintes deste tipo de composições sujeitas a um mote. Os temas abordados eram essencialmente de cariz amoroso ou satírico, visando geralmente pessoas conhecidas por todos. A improvisação e o amadorismo dos seus intervenientes tornaram algumas destas composições artificiais e dignas de pouco interesse, sendo frequente a repetição exaustiva de ideias, vocábulos e rimas

A glosa continuou a sofrer transformações durante a Renascença, começando a ser constituída por um mote de quatro versos que lhe servia de introdução e quatro estrofes de dez versos cujo último verso era a repetição de cada um dos versos do mote inicial, mantendo a medida velha.

Mais tarde, especialmente em Espanha, durante o Século de Ouro, a glosa continuou a ser uma forma poética bastante utilizada, através da qual os poetas demonstravam grande perícia intelectual e verbal, combinando conceitos subtis e figuras de retórica .

Tendo sido ignorada pelo Romantismo, esta forma de discorrer sobre um determinado tema acabou por chegar até aos nossos dias, continuando alguns poetas populares a glosar diversos assuntos.

{bibliografia}

LE GENTIL, Pierre: La poésie lyrique espagnole et portugaise a la fin du moyen âge Vol II,2ªed. Slatkine,1981(1ªed.,1953); LOPES, Óscar e António José Saraiva: História da Literatura Portuguesa, 15ª ed., Porto Editora,1989(1ª ed., 1955); ROCHA, Andrée Crabbé: Garcia de Resende e o Cancioneiro Geral, 2ª ed., Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1987(1ªed., 1979); SIMÕES, M.: “Glosa” in Dicionário de literatura medieval galego e portuguesa – organização e coordenação de Giuseppe Tavani e Giulia Lanciani, Caminho, 1993.

GLOSA LITERÁRIA

 

Significado de Glosa

O que é Glosa:

Glosa, na literatura brasileira, é um tipo de poema, utilizado normalmente pelos poetas do Nordeste do Brasil, principalmente os cantadores.

Glosa é um poema com estrofes de mais de dez versos, que respondem a um desafio expresso em forma de mote e é composto por dois versos.

Esses versos se apresentam na glosa de duas formas: ou os dois versos aparecem no fim da estrofe para compor a rima ou aparecem como quarto verso da glosa, e o outro verso na última posição.

O poeta Paulo Camelo criou um Glosa com mote migrante, ou seja, um poema com mais de uma estrofe, onde o mote aparece em posições diferentes, ascendendo nas estrofes das últimas para as primeiras posições.

Glosa também é conhecida como uma nota explicativa sobre palavras ou sentido de um texto; de uma interpretação ou de um comentário.

quarta-feira, 17 de junho de 2020



Respeitar e amar



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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Microcontos Anna Servelhere in www.asesbp.com.br


01.  Ridículo e Silêncio


Psicopatias sociais graves são muitas, mas, o deboche e preconceito, sementes podres de árvore mal tratada, a nos levar ao extremo ridículo da pobreza social.
Tanto os que são acometidos como os que as cometem.
Vamos combatê-los já que não foram prevenidos.
A prescrição nesses casos é o jurídico BO.
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            Tanto silêncio deixou a mãe intrigada.
            Onde estariam todos?
            Possivelmente vendo TV no quarto. Frio e chuvarada!
            - Crianças, desçam já, o café hoje é especial...
            Decidiu buscá-los e voltaram em lágrimas:


02.  Labirinto e Esquecimento

Emoções e sentimentos são prisões, se não forem trabalhadas.
Nunca fui de pensar na morte ou pós-vida.
Até por que não foi prematuro a mim.
Depois de longo tempo ao lado da irmã doente recebi o fatídico telefonema que me fez ver o labirinto da cegueira.
Padeci e revivi por amar.
Eterno aprendiz da graça!
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            A vovó sofria de esquecimento.
            Esquecia-se de apagar luzes, desligar aparelhos, tirar a mesa...
            A família lhe dava remédios. Vitaminas, calmantes e assim por diante.
            Um dia, a neta a observar os atos da avó lhe perguntou:
            - Vovó cadê seus óculos?
            - Perdi-os!
            - Vamos providenciar. Não é caso para remédios.

03.  Xarope e Leque

- Não quero tomar, mamãe!
- Por que meu filho? É de framboesa e vai curar sua tosse.
- Esqueceu que eu não posso tomar isso?
- Querido, nunca soube disso!
- Esqueceu-se da última vez no hospital?
- Provavelmente esqueci. Que houve mesmo?
- Esqueceu-se por quê não foi você quem vomitou esse maldito xarope
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Zoológico cheio, calorão terrível.
Esguicho de água, cobertura improvisada com galhos ou folhas, aliviavam os pobres animais.   
Bom era só o consumo lucrativo de picolés e refrigerantes pelos vendedores ambulantes.
Quando o pavão exibiu sua ostensiva cauda a garota gritou:
- Vejam. Aquele tem o leque!



Partida e Cebola

Saímos cedinho para aproveitar o dia.
Mochila nas costas, água em corote para conservar a temperatura e lá fomos rumo às altitudes.
Foi um passeio e tanto. Sobe e desce divertido.
Éramos ali médico e paciente.
Ao retornarmos, a pergunta foi repetida quase que em uníssono:
- Quando será a próxima partida?
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            No refeitório escolar as merendeiras lacrimejavam.
            -Meu Deus! Será que faltou a merenda de novo?
            Pensei em ajudar sem saber como.
            - Acalmem-se, vou tentar arrecadar e pediremos lanches, sim?
            Dona Assunta, a maitre, passou do choro ao riso:
            - Nada falta professora. Há excesso de cebola no cardápio!
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05. Borboleta e agulha


            Embevecido e como que inebriado contemplo o crepúsculo do último andar, antes que belos tons multicores desapareçam!
            O que vejo? Uma frágil borboleta presa na tela da janela!
Ao seu redor, pares de olhos brilhantes!
            Penso que fui crisálida e deixei de ser cativa.
            Não hesito: rompo a tela e solto-a...
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            Meu primeiro ano escolar foi um horror.
            Escola pública exigia o tratamento odontológico.
            Logo na primeira aula, Dr. Hildo me chamou.
            Ao barulho do motor, minha mão segurou a sua, e a agulha atravessou-me o céu da boca.
            Com a gritaria o amedronto foi geral e ninguém mais pôde ser atendido no dia.


Formiga e Lua
Dois primos brincaram no quintal do sítio o dia todo.
Anoiteceu e as mães preocupadas pediram que entrassem.
Disseram “já vamos”, não sem antes um deles, mais observador, dizer ao outro:
- Olha primo! A lua quebrou ao meio!
E o outro, de súbito retrucou:
- É mesmo né? Onde será que caiu o outro pedaço?
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            - Mãe, me conta a história das comadres.
- Só se você prometer dormir em seguida.
- Prometo! Disse Mel já sonolenta.
- Duas comadres... A cigarra cantava e a formiga trabalhava.
Chegou o inverno e a cigarra foi pedir abrigo à formiga.
- Tá muito frio aqui fora!
- A casa é pequena, comadre. Não cabem duas!


Cachorro e lâmpada

Quando o avistei, pareceu-me escuro, apesar do mesmo porte.
O coração, seco de saudade do cachorro branco, acelerou.
À distância, apagam-se os contrastes e os maus sentimentos.
            - Alô! Quem fala?
            - O Heros. Viram-no.
Joguei ao alto meu celular e chorei.
Por que não haveria de encontrá-lo? Ou ele a mim?
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            Quem não a queria para realizar seus desejos?

            Silverinha também a quis.

            Na ingenuidade de seus cinco anos esfregava a lâmpada que a mãe jogou fora.

            - O que deseja tanto , minha filha?

            - Mamãe, quero uma boneca do meu tamanho .

            O olhar da mãe se acendeu e no dia seguinte lá estava sua boneca!

Motel e dança
            Na viagem ela não cansava de me elogiar: adoro seu nome, lindo até o reverso.
            Sorri da criatividade.
            - Vê? O nosso amor nos faz crescer sempre!
            -Tantos anos juntos! Sessentões.
            - E produtivos.
            - Sim, em quase tudo.
            -Vamos abastecer Telmo? Antes que seque o óleo.
            Tremi ao ler o meu reverso: Motel!

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            Na linguagem, sinonímia significa que um vocábulo atende a diferentes significados.
            Assim: pé (corpóreo ou muda de árvore); manga (fruta ou camisa).
            Inclusive há expressões que ora se encaixam bem: (cochilou o cachimbo cai; quem não chora não mama).
            A palavra dança (é bom para a cabeça e para o pé).


Souvenir e Boca

            Enquanto sua mãe escolhia souvenir carioca para guardar de lembrança da praia, o garoto olhava triste o mar:
            “ECA! Quanta sujeira, lixo espalhado, peixes mortos.”
            -Mamãe, vamos embora daqui!
            Você queria vir à praia querido!
            - Omar quer de volta sua praia limpa!  - Respondeu sério o pequeno grande homem.
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            Ele tocou a campainha.
            Ela atendeu em trajes de praia, boca inchada pelo herpes, mal humorada.
            - Pode vir mais tarde?
            Decepcionado ele balbuciou:
            - A que horas?
            - Lá pelas vinte horas.
            - Atendo a partir das dezoito! - Indica a placa
            - Houve imprevisto, desculpe!
Não desculpou!
            Locais assim existem de sobra.


Lobisomem e Pizza
            No restaurante italiano não chegavam ao acordo quanto ao pedido.
             Um queria lasanha, outro canelone, e por aí vai.
            Até que o pizzaiolo lá do fundo sugeriu:
            - Que tal rodízio de pizza? Aí tem todos esses ingredientes que apreciam.
            Aprovaçãop geral: muzzarella, dois queijos, romanesca...
            E viva la Itália!
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            A aula era sobre palavras compostas.
            Vejam, alunos: lobisomem (lobo+homem), aguardente (água+ardente), quando fui interrompida pelo garoto da frente.
            -Professora essas palavras existem no dicionário?
            -Certamente. Por quê?
            - Por que não acho aqui chupacabra (chupa+cabra).
            -Isso é lenda! Gritou o de trás.