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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

7. ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia

7. ZABALA, Antoni; ARNAU, Laia. Como aprender e ensinar competências. Porto Alegre: Artmed, 2010. Geraldina Porto Witter Professora emérita da Universidade Federal do Pará,do Centro Universitário de João Pessoa e da Universidade Camilo Castelo Branco. O tema do livro aqui resenhado é composto por apresentação, 11 capítulos, epílogo e glossário,sendo o último de uso prático. Na apresentação, o leitor fica informado de aspectos gerais e questões básicas trabalhadas ao longo dos capítulos. É estabelecido que: A competência, no âmbito da educação escolar, deve identificar o que qualquer pessoa necessita para responder ao problema aos quais será exposta ao longo da vida; consistirá na intervenção eficaz nos diferentes âmbitos da vida, mediante ações nas quais se mobilizam, ao mesmo tempo e de maneira inter-relacionada, componentes atitudinais, procedimentais e conceituais. (p. 11). Qualquer competência implica em conhecimentos relacionados a habilidades e atitudes. O primeiro capítulo recupera aspectos que nortearam o surgimento e o uso de competências como propostas para superar as limitações detectadas no ensino, buscando mudanças nos referenciais educacionais vigentes até o começo dos anos 70 do século passado. Vale lembrar que no Brasil foram necessárias quase duas décadas a mais do que em países europeus, mesmo os de tradição católica como a Espanha. Foram os países de tradição calvinista os primeiros a adotarem uma nova percepção da matéria. Neste, como nos demais capítulos, o leitor encontra, nas margens esquerda e direita, chamadas para aspectos relevantes da matéria que o texto apresenta. Também, em todos eles, o leitor encontra um quadro com questões práticas envolvendo os aspectos tratados no capítulo. O capítulo segundo começa por um esforço em definir, mais especificamente, competência. É bem conduzido e traz também uma breve caracterização do processo desenvolvido para que a pessoa tenha uma ação competente diante de uma situação real. Os autores defendem que, para tanto é preciso dispor, na base, de conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais. Esses conteúdos devem viabilizar o planejamento de várias possibilidades de esquemas para atuação competente. Segundo Zabala e Arnau, a pessoa precisa selecionar um desses esquemas para usar, mas manter-se flexível para uso de outro se for necessário. A escolha deve levar em consideração a análise da situação que gerou a necessidade de um comportamento competente. Além disso, quadros com sínteses e figuras facilitam a compreensão das propostas apresentadas. No capítulo 3, os autores começam a entrelaçar os vários aspectos do tema. Nele, descrevem as inter-relações entre habilidades e atitudes, imprescindíveis para se alcançar a competência. São descritas as características da escola tradicional, enfocadas as falsas dicotomias entre memorização vs. compreensão; conhecimentos vs. procedimentos e feitas sugestões sobre encaminhamentos mais produtivos. O termo competência representa a alternativa que supera as dicotomias: memorizar e compreender; conhecimentos e habilidades; teoria e prática... A melhoria da competência implica a capacidade de refletir sobre sua aplicação e, para alcançá-la, é necessário o apoio do conhecimento teórico No capítulo 4, no qual retomam o tema do objetivo essencial da educação por competência, que é o desenvolvimento pleno da pessoa, e alertam que na literatura muitas expressões foram usadas, muito se discutiu e se discute com relação aos papéis desempenhados pela escola, e que modismos substituem modismos, especialmente no discurso pedagógico. O próprio uso das competências pode cair nesse mesmo limbo se não for adequadamente trabalhado desde o estabelecimento dos objetivos educacionais e dos sistemas educacionais e escolar. Apresentam um quadro muito útil de como as finalidades da Educação são vistas por instituições como a ONU, pela Constituição Espanhola, pela Declaração dos Direitos da Criança, pela UNESCO e pelo Fórum de Dakar. No capítulo 5, ao descreverem que no mundo escolar as competências devem abarcar o âmbito social, interpessoal, pessoal e profissional. Vale dizer que é um educar para a vida, portanto requer muito mais do que informar e compreender a informação. Apenas deve-se fazer uma ressalva à pouca atenção dada à dimensão afetiva ou emocional das atitudes, estando as cognitivas e comportamentais bem trabalhadas. Os autores acrescentam, no entanto, que embora haja variação conceitual quanto às competências é denominador comum que devem abranger todas as capacidades do ser humano. No capítulo seguinte o leitor é chamado a atentar para o fato de que a aprendizagem de competências é sempre funcional, o que implica em dar à aprendizagem o maior grau de relevância e funcionalidade possível. Consequentemente, isso requer mudanças nos princípios psicopedagógicos e a análise estrutural das competências e respectivas aprendizagens de seus componentes (aprendizagem de fatos, de conceitos, de procedimentos e de atitudes). Enfocam vários aspectos correlatos decorrentes do empenho do educador ao trabalhar dentro da proposta de desenvolvimento das competências nos seus alunos. De acordo com os autores, para ensinar competências o ponto de partida deve ser trabalhar o contexto de situações e problemas reais (Capítulo 7). Zabala e Arnau lembram ainda que o ensino por competências tem por características essenciais: a relevância do que vai ser ensinado; a complexidade da situação, possuir um caráter procedimental; e a combinação dos componentes aprendidos considerando a funcionalidade. Isso implica em atender a critérios específicos sobre o significado do que vai ser ensinado, de sua complexidade, dos procedimentos a serem usados e dos componentes envolvidos, bem como os compromissos a serem assumidos. É imprescindível o envolvimento dos alunos e o respeito aos diferentes ritmos de aprendizagem. Pelo exposto fica evidente que cuidar apenas do conteúdo das disciplinas é insuficiente para que o aluno aprenda competências. É o que os autores procuram mostrar no capítulo 8. Destacam como dimensões geralmente relevantes a social, a interpessoal, a profissional. O ensino, tendo em vista o desenvolvimento de competência, deve considerar os procedimentos metadisciplinares, interdisciplinares e de cada disciplina individualmente. O núcleo de disciplinas é um suporte ou núcleo para a organização curricular. A análise do exercício profissional na realidade oferece o conhecimento dos domínios de conhecimentos e domínios de habilidades que precisam compor as competências dos alunos que são formados para uma dada profissão. O núcleo comum é tratado no capítulo seguinte. Como não há uma disciplina científica para trabalhar as competências e seus componentes, essa preocupação deve ser comum a todas as disciplinas. É preciso considerar esses aspectos ao selecionar as metodologias e estratégias de ensino a serem usadas na prática educativa. O ensino inclui exercícios, aplicação, modelos de vivências em todas as áreas, de modo que todas as disciplinas requeiram agir conforme as atitudes e valores desejados. No que concerne aos métodos de ensino (capítulo 10), os autores indicam a necessidade de um enfoque globalizado. Essa é a matéria do penúltimo capítulo, no qual são expostos os critérios gerais para as escolhas metodológicas: • relacionados à necessidade de que as aprendizagens sejam mais significativas possível; • relacionados à complexidade da própria competência, especialmente, de todo o processo de atuação competente; • relacionados ao caráter procedimental do processo de atuação competente; • relacionados às características dos componentes das competências. (p. 144). Além disso, os critérios precisam levar em conta que desenvolver competências tem caráter interdisciplinar. É necessário também considerar as variáveis da prática educacional, as sequências de conhecimento, as relações interativas entre professores e alunos e entre os alunos. São caracterizados na organização social da classe: o grande grupo, as equipes heterogêneas fixas, as homogêneas ou heterogêneas flexíveis e o trabalho individual. O espaço e o tempo, a organização do conteúdo e os materiais a serem usados também representam cuidados a serem tomados pelos responsáveis pelo ensino-aprendizagem. A avaliação das competências é o tema tratado no último capítulo, no qual os autores lembram que a ênfase deve ser no tipo de avaliação cujos resultados precisam ser considerados para enfocar a solução de problemas. Assim, explicitam que ela deve ter um caráter prospectivo, além de propor que seja avaliado se o aluno, diante de uma situação da realidade, é capaz de solucionar e/ou propor um problema, analisar a situação, selecionar um esquema para atuação e agir flexível e estrategicamente. Consideram imprescindível que os alunos frequentemente sejam informados de “como estão sendo competentes”. (p. 180). O epílogo é uma retomada da proposta como uma nova oportunidade para a Educação. Inclui a formação docente; a estrutura, a organização e gestão acadêmica; o envolvimento da escola-família-sociedade. Zabala e Arnau finalizam propondo “a escola como o órgão que projete, coordene e supervisione as ações educacionais realizadas nos âmbitos formal, informal e não formal”. (p. 188). O livro é de leitura agradável. A bibliografia é adequada, mas poderia ser mais atual. Considerando o nível e relevância do tema é obra útil para professores, administradores e pesquisadores que atuam em qualquer nível educacional e lecionem qualquer disciplina. TESTES 01-Como deve ser feito um curriculum? a) Os curriculum devem ser feitos através de ensinamentos pelos professores aos alunos com maioridade. b) o currículo devem ser aceitos a partir dos conceitos de emancipação e liberdade, já que vê a pedagogia e o currículo como um campo cultural de lutas. c) Já a ‘nova’ sociologia da educação construir um currículo que reflita mais as tradições culturais e epistemológicas dos grupos subordinados. Essa corrente se dissolveu numa variedade de perspectivas analíticas e teóricas: feminismo, estudo sobre gênero, etnia, estudos culturais, pós-modernismo, pós-estruturalismo etc. d) Todas as alternativas estão corretas 02- O teorias- pós críticas precisa ser analisado para um curriculum: a) Para ambas as vertentes o multiculturalismo representa um importante instrumento de luta política, pois ele remete à seguinte questão: o que conta como conhecimento oficial? Assim, ele também nos lembra que “a igualdade não se obtém simplesmente através da igualdade de acesso ao currículo hegemônico” (p. 90), sendo preciso mudanças substanciais do currículo existente b) Existem as principais críticas realizadas pela sociedade pedagogia feminista introduz novas questões no tocante às formas de reprodução e gênero c) Deve analisar a posição sexual informada no currículo d) Todos os curriculum devem ser modernos 03- O que o pós-estruturalismo traz de novidade para o currículo? a) pós-estruturalismo trata-se de um currículo mais elaborado com profissionais qualificados b) Um currículo, para essa teoria, questionaria os significados transcendentais ligados à religião, à política, à pátria, à ciência etc., que povoam o currículo existente. c) Os curriculum com boa estrutura faz com que seja bem visto pela sociedade d) Todas as respostas estão corretas 04-O que podemos dizer sobre teorias críticas e pós-críticas? a) Teorias críticas isso significa nunca esquecer, por exemplo, a determinação econômica e a busca de liberdade e emancipação; e para as pós-críticas significa questionar e/ou ampliar muito daquilo que a modernidade nos legou b) Teorias críticas devem informar todos os desempenho realizado, pós-criticas devem informar as qualidades executadas c) as teorias pós críticas informar os ensinamentos realizados. As teorias críticas são os trabalhos que foi deixado de desempenhar. d) Nenhuma das alternativas está correta 05- O que a matéria de Educação Física pode ser interessante para um curriculum? a) Pós-modernismo/estruturalismo, podemos dizer que eles possuem uma vertente crítica e outra conservadora, esta última um sustentáculo ideológico do capitalismo globalizado. Ambas se fazem presentes na Educação Física brasileira. b) A Educação Física se faz necessário para um currículo, onde pode informar as experiências executadas nesta área c) Todas as informações para um bom curriculum deve informadas, inclusive a aulas de Educação física d) nenhuma das alternativas está corres 06-Para que constituem os fins? a) não são uma extensão suplementar do trabalho humano. b) Os fins constituem um modo fundamental de estruturação da atividade humana em geral e da atividade laboral em particular, concebidas enquanto ações finalizadas, temporais, instrumentais, teleológicas c) Para elaborar uma representação mental de seu trabalho antes de realizá-lo e a fim de idealizá-lo. d) Todas as alternativas estão incorretas 07-Quais são os principais trabalhos dos professores para ensinar os fins? a) O professor que é responsável pelas matérias consideradas "nobres" no programa escolar (matemática, por exemplo) é diversamente avaliado pela administração escolar, pelos alunos e pelas famílias b) O professor é responsável por manter os alunos atentos as matérias informadas c) Deve aumentar o volume de matérias para que os alunos tenham aumento no aprendizado d) Os professores devem ter uma relação com os pais fazendo com que os alunos não fiquem dispersos 08- O que a posição social das escolas interfere no trabalho dos professores? a) O trabalho nas escolas menos favorecidas são as que tem o melhor desempenho dos professores b) Não existe posição social, os professores conseguem desempenhar seu papel em qualquer ambiente c) A posição social dá aos professores a dura tarefa de lidar com o público desfavorecido das escolas da periferia. Cabe a eles encontrar os meios de exercer a profissão e obter resultados de performance avaliados por critérios nacionais generalizados. d) Os professores devem exercer seu trabalho diferente em cada escola com posição diferenciada 09-Quais são as categorias necessárias para um trabalho em sala de aula? a) Todas as alternativas estão corretas b) Liderança, Educação, Leitura Dinâmica c) Organização, Conhecimentos Gerais, Histórias Geográficas d) Multiplicidade, Imediatez, Rapidez, imprevisibilidade, visibilidade 10- Quais são as diferenças entre objeto material e objeto humano? a) Essa dimensão individual significa que o objeto do trabalho docente não é portador de indeterminações, pois cada indivíduo trabalha em diferentes situações b) As diferenças entre o objeto material e o objeto humano são inúmeras e importantes. Elas induzem atividades muito diferentes, conforme trabalhemos com a matéria ou as pessoas c) os professores não podem agir de outro modo senão levar em conta que não existe diferenças individuais, pois são os indivíduos que aprendem e não a coletividade. d) Mesmo trabalhando com coletividades, os professores podem tratar os alunos com igualdade GABARITO 01. C 02. A 03. B 04. A 05. B 06. B 07. A 08. C 09. D 10. B

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