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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Aprender Português é TDB

ORTOGRAFIA : REVISÃO

1. Copie, completando as palavras com e ou i
a. Espero que você pontue... as frases.
b. Ant...ontem eu não estava bem de saúde.
c. Eles em... graram do Brasil para o Canadá.
d. Não se esqueça de agir com d...scrição.

2. Copie, completando as palavras com s ou z:
a. Se ele qui....er, eu irei também.
b. A Ro.... inha está no pátio.
c. A sua surde..... está bem avançada.
d. Ele estuda a civili.... ação brasileira.

3. Copie, completando as palavras com x ou s:
a. Encontrei uma lagarti....a na sala.
b. O e....trato de tomate está bom.
c. Tudo foi um mi....to de riso e de dor.
d. Carregava comigo um velho crucifi...o.
e. Os e...cedentes terão nova oportunidade.
f. O seu gesto foi e....cêntrico.

4. Complete as palavras com a letra indicada nos parênteses:
(g ou j) O meu velho carro tinha ferru--em.
(g ou j) Gosto do gor---eio do canário.
(s ou z) Já fizeram a análi--- e do seu exame.
(s ou z) Eles estudaram a coloni--- ação brasileira.
(x ou ch) A en---ada ficou no quintal.
(x ou ch) Papai gosta de pão com salsi---a,
(x ou s) Aquela peça é um mi--- to de humor com drama.
(x ou s) O atleta teve uma bela marca na prova de e---tensão.
(o ou u) No calor, a gente s---a muito.
(o ou u) As galinhas já estão no p---- leiro.

5. Copie as palavras e identifique se são Monossílabas (uma só sílaba), Dissílabas (duas sílabas) , Trissílabas (três sílabas) ou Polissílabas (mais de três sílabas): extremidade (   ) caixão (   ) peixe (   ) calvície (   ) som (   ) ninho (   ).

6. Separe em sílabas as palavras e classifique-as quanto à sílaba tônica: (Oxítona, Paroxítona ou Proparoxítona. Lembre-se :  Oxítona => a sílaba tônica é a última do final para o início, Paroxítona => a sílaba tônica é a penúltima, e Proparoxítona => a sílaba tônica é a antepenúltima):
complexidade ( ) problemática ( ) sozinho ( ) solidificação ( ) saudade ( ) também ( ) comércio (  ) juiz (   ) repartir (  ) doído (  )


ORTOGRAFIA : USO DO G ou J

1. Escrevem-se com g as terminações -agem, igem e -ugem,
malandragem ferrugem vertigem
Exceções: lajem, pajem.

2. Escrevem-se com g as terminações -ágio, -égio, -ígio e -úgio.
estágio relógio colégio refúgio prodígio

3.Escrevem-se com g as palavras derivadas de outras com g.
Viageiro  vertiginoso ferrugento digestão  sugestão ingestão

4. Escrevem-se com os substantivos derivados de palavras com j
(gorjear) gorjeta gorjeio rijeza enrijecer (rijo) laranjeira laranjinha
(laranja)

5.Escrevem-se com j as formas verbais dos verbos em j .
lisonjear lisonjeiro arranje arranjado suje sujeira viaje viajem

6.Escrevem-se com j as palavras de terminação em -aje.
laje ultraje traje
Exceção: garage(m).

Atividades

1. Copie, completando com g ou j:
a) paisa...em b) tra...e c) sar...eta d) prodí...io e) verti...em f) gor...eio
g) man...edoura h) refú...io

2. Copie as palavras, escrevendo ao lado um derivado:
viagem................ laranja..............., ferrugem...................... rijo............................

3. Copie as frases, completando as palavras com g ou j:
a. Naquela época, eu fiz está...io nesta escola.
b. Espero que eles via .., em contentes.
c. A primeira la .... e do prédio está pronta.
d. Deixe de malandra ...em, menino!


EMPREGO DE X E CH

Depois de ditongos emprega-se x.
Peixe caixa paixão

Depois da sílaba en, emprega-se o x (exceção: encher e seus derivados).
Enxoval    enxada   enxuto

Palavras de origem tupi escrevem-se com x.
Xará   abacaxi     xavante


Emprega-se x depois da sílaba me inicial de certas palavras.
Mexilhão    mexer      mexicano

(Exceções: mecha e seus derivados)

Palavras de origem latina escrevem-se com ch.
Chave cheiro chuva

Palavras de origem francesa escrevem-se com ch.
Brocha chapéu chefe

Palavras de origem espanhola escrevem-se com ch.
Apetrecho mochila cachucha

Palavras de origem alemã e inglesa escrevem-se com ch.
Chope sanduíche cheque

Atividades
1. Complete as palavras, empregando ch ou x:
-----eiro fle-----a abaca------1 pai----ão -----avante ------efe mo-----ila amei----a -------adrez -----ampu fei-----e cai----ão ---eque en------oval ------arlatão -----aruto


ORTOGRAFIA : uso do O e U

1.Palavras em -ão e -om têm derivados em -o.
Som.....soar tom.....toada feijão....feijoada

2.Escrevem-se com o algumas palavras terminadas em oa, ola e olo.
Nódoa     névoa      agrícola   êmbolo

3.Escrevem-se com o as formas do verbo magoar.
Magôo   magoa(s)   mágoa

4. Em geral as palavras de origem portuguesa terminam em o.
Tribo poleiro feio rio

5.Escrevem-se com o as palavras derivadas de palavras em o.
Ocorrência sortimento boteco

6. Poucas palavras portuguesas terminam em u.
bônus vírus

7. Escrevem-se com u palavras de terminação em ua e ulo.
Tábua     Água    Glóbulo    Cálculo

8. Escrevem-se com u certas palavras de ditongos em: au, éu, eu, iu e ou.
Grau    Céu    Deu    Saiu    Vou

9. O u substitui o w em certas palavras incorporadas ao Português.
Sanduíche (sandwich) uísque (wisky)


10. Escrevem-se com u as palavras derivadas de palavras em u.
Entupimento   curtume    suador   aguaceiro

11. Existem palavras  parônimas que apresentam semelhança na fala e na escrita.
cumprimento = saudação soar = fazer som sortir = variar
comprimento = extensão suar = transpirar surtir = ter como



Atividades
1. Copie as palavras, completando-as com o ou u:

eng lir
ac dir
b eiro
trég a
ac do
t ada
rég a
tab ada
név a
ab lição
táb a
mág a
escap lir
g ela
p leiro
c chicho
t alha
b zina
ent pir
b tão
caç ar
desc brir
c biça
p lenta
b lir
tab leiro
2. Copie as frases, completando as palavras com o ou u:
a. Ele já está no segundo gra...
b. O b....teco ainda está aberto.
c. Não tenho mág....as de ninguém.
d. Está um ag....aceiro naquele salão.
e. Qual é o c....mprimento daquele terreno?
f. Mamãe comprou nova táb....a de passar.

EMPREGO DE ISAR E IZAR
-Emprega-se -isar nos verbos que derivam de palavras que apresentam  s na
sílaba final. Exemplos : pisar(de piso) analisar (de análise) avisar (de aviso)
pesquisar (de pesquisa

-
Escrevem-se com izar os verbos que derivam de palavras cuja sílaba final não
apresenta s. Exemplos : canalizar (de canal) fiscalizar (de fiscal) sinalizar (de
sinal) dramatizar (de drama)

Atividades
Copie as palavras, completando-as com s ou z:
agoni---ar (agonia) amen---ar (ameno)
finali---ar (final) repri---- (reprise)
ali---ar (liso) ideali---ar (ideal)
preci---ar (preciso) pi---ar (piso)
coloni---ar (colonia) simboli---ar (simbolo)
moderni---ar (moderno) improvi---ar (improviso)
fri---ar (friso) universali---ar (universal)
revi---ar (revisão) televi---ar (televisão)


 OS SONS DE X

O x tem valor de s => Exemplo : expectativa extensão sexta texto
O x tem valor de z => Exemplo : Exame exemplo exercício exibição êxito exílio
O x tem valor de ks =>Exemplo : Anexo fixo fluxo oxítona oxigênio tóxico tórax
(Ele aparece em final de palavra ou entre vogais.)

Atividade
ldentifique o valor do x nas palavras:
sexta(   ) máximo(   ) exemplo(   ) excelência(   )   fluxo(   ) enxada(   )


? ? ? DÚVIDAS DO DIA - A - DIA

MAL OU MAU?
Ele tinha ouvido mal (advérbio de modo. O antônimo é bem)
Você tem mau gosto. ( adjetivo. O antônimo é bom)
O mal se estendeu a todos ( substantivo, o seu plural é males)
Atividades
Complete as frases com mal ou mau 2 Não se esqueça! (Mal é o contrário de bem e
mau, de bom!) .
a) Ele acredita confiantemente que foi um ..............pai para seus filhos.
b) Nunca pense ............. das pessoas antecipadamente.
c) Quem não estuda, pode se dar ............ nas avaliações.
d) Seu ............humor é contagiante, meu caro!
e) Há pessoas que costumam tratar .............. a todos.
f) Parece que ele é um ..........caráter, a julgar por suas atitudes.
g) Ando de ........... com a vida ultimamente. Nada me acontece de bem....
h) O ......... trato para com animais deve ser combatido.

HOUVE ou OUVE?
Ouve ( do verbo ouvir =>1a. Pessoa do singular)
Houve(do verbo haver = ter, 3a. Pessoa do singular)
Atividades
Copie, completando com houve ou ouve:
a. --------- muita gente que morreu no confronto militar.
b. Ele -------- muito bem daqui.
c. Não ----------- nada demais aqui,
d. Há ocasiões em que ele ---------- melhor.

TRÁS OU TRAZ?
Continuei remando de costas, olhando para trás.(advérbio que indica lugar, posição)
O sol traz alegria a muita gente.(forma verbal do verbo trazer)


Atividades

Complete as frases com trás ou traz: (Lembre-se: trás é posição e traz é ação de
trazer)
a) O sol ........... prenúncios de bom tempo.
B) A foca acenava para .......... cm as suas nadadeiras.
C) A Bíblia sempre ............ bons ensinamentos de vida.
D) Não se vire para ............, senão pode perder o equilíbrio
e) Por .......... de um grande homem, vem sempre uma grande mulher.
F) Coelhinho, o que é que você ......... para as crianças, na Páscoa?

VIAGEM ou VIAJEM?
Uma viagem aérea está sujeita a acontecimentos inesperados.(Substantivo comum)
É melhor que vocês viajem pela manhã. ( Verbo viajar - 3a. pes. pl.)
Complete com viagem (substantivo) ou viajem (verbo) :
a. Filha, como foi a ...................?
b. Espero que vocês ................... em paz.
c. Minha última ..................... foi tumultuada.
d. Acredito que eles ................... bem cedo.

HÁ 0U A?
Estou procurando emprego muito tempo ( verbo haver no passado = faz)
Verei vocês daqui a três semanas. (Preposição para(em, até), empregada em relação a tempo futuro)
Atividades

Complete com há ou a :
a. Chamarei você daqui........ dez minutos
b. A casa dele fica ......... dez quarteirões daqui.
C. Mamãe quer encontrá-lo daqui ..... algumas horas.
D. .......... tempos busco falar com você.

PORQUE, POR QUE OU POR QUÊ?
Por que e por quê = qual a razão, motivo, causa. São empregados em frases interrogativas, no seu início sem acento (por que) e, no seu final, com acento (por quê). Por que também pode vir no meio de frases afirmativas, com o sentido de a razão pela qual.
Porque = explicação (pois). Emprega-se em frases afirmativas, no início ou no seu meio.
Por que vocês não vieram?
Não viemos porque  estava chovendo forte.
Vocês não telefonaram, por quê ?

Atividades

Complete com porque, porque ou por quê :
a.Se estão noivos, ........... não se casam?
b. Não me lembro ....................fiz isso.
c. Não fomos ao jogo ................... choveu muito.
d. Não entendo................ demoram tato.
e. .................. não vieste ontem?
f. .Ele só confessou................. havia clima para isso.
g. Você chora assim, ..................?

ESTE, ESSE 0U AQUELE?
O pronome este(esta, estes, estas), isto referem-se a seres próximos ao falante.
O pronome esse e variantes referem-se a seres  próximos aos ouvintes.
O pronome aquele e variantes referem-se a seres distantes do falante e do ouvinte.

Atividades

Complete com os pronomes este, esse, aquele, flexionados ou não:
a. O superintendente disse que aprovou porque o nome do livro está irretocável.     --------argumento agradou a todos.
b. Onde compraste-------------sua gravata Juarez?
c. Amigo, ---------------senhor de pé, lá na frente, é meu tio.
d. Filha, aonde vais com----------- pacote?
e. -----------------revista aqui, na minha opinião, está muito boa.
f. Você conhece-------------------homem lá?

ONDE OU A0NDE?
Onde é empregado com verbos que não indiquem movimento.(Em que lugar =
estar ou permanecer em um lugar ) => Você mora onde?
Aonde é empregado com verbos de movimento: ir, chegar, levar.(Para que lugar
= movimento para algum lugar) =>Aonde você quer chegar?

Atividades
Complete as frases com onde ou aonde :
a. ............. estão as crianças?
b) ............. levaremos o casal?
c) ............ você foi tão tarde?
d) ............ fica a rua direita?

A GENTE VAI OU A GENTE VAMOS?
A gente vai ao show de Sandy e Júnior ( esta expressão substitui o pronome da
3a. pes. do plural => nós, mas pede o verbo na 3a, pessoa do singular.)
Nós vamos de carona? (O pronome da 1a. pes. do plural pede a concordância
verbal, isto é, verbo na 1a. pessoa do plural.)
6 A gente vamos de carro? (Expressão inadequada, embora conste na linguagem falada, na escrita é tida como incorreta.)

HISTÓRIA, história  OU ESTÓRIA?
HISTÓRIA ( fato real e comprovado)
história é o mesmo que estória, palavra incorporado recentemente em nossa língua
(quer dizer conto, fábula, lenda)
Atividades
Complete as frases, com História, história ou estória:
a) A........................ do Brasil é fascinante.
B) Menino, deixe de ...........................
c) Qualquer dia desses, vou publicar uma ......................... de aventuras, como o fez
Almir Klink.


AM OU ÃO EM FINAL DE VERBO
A forma am é empregada para o passado (pretérito imperfeito ou pretérito perfeito do indicativo) => Os babados brancos dançaram ao sopro da brisa.
                 => As conchas e os caramujos enriqueceram o reino.
A forma ão é empregada para o futuro (futuro do presente do indicativo).
                 => Eles soltarão as rédeas da imaginação.

CESSÃO, SEÇÃO OU SESSÃO?
+     Observe:
         Cessão é ato de ceder. O governo fez a cessão de um terreno aos sem-terra.
         Seção é repartição. Você encontra isso na seção de roupas.
         Sessão é reunião de pessoas para um fim. A primeira sessão de cinema começa   
         às duas horas.
Atividades ( complete com cessão, seção ou sessão)

a. A --------- de direitos já foi entregue a nós.
b. Hoje não haverá --------------- de teatro.
c. Na ------------ de eletrodomésticos você encontra o fogão.
d. Houve uma ------------ espírita naquela casa,

SEXTA (Ê), CESTA (Ê) OU SESTA (É)?
+   Observe:
        a. Ele mora na sexta casa da rua. Sexta é numeral, feminino.
        b. A cesta está cheia de garrafas. Cesta é substantivo que significa utensílio que
        serve para transportar roupa, alimentos, objetos etc.
        c. Meus pais tiraram uma sesta depois do almoço. Sesta é substantivo que
        significa descanso após o almoço.

Atividades
Copie as frases, completando-as com sexta, cesta ou sesta:
a. Hoje eu pretendo tirar uma ------------ .
b. A --------- está muito pesada.
c. Este foi a ----------- vez que estive aqui.
d. -------- -feira iremos ao teatro.


TÉCNICAS DE REDAÇÃO

SERÁ QUE PODE, PROFESSOR?
Desde que começamos a lecionar, ouvimos, nos dias de redação, perguntas desse tipo: "- Professor, posso escrever sobre...?"; " Professor, será que pode...?" A nossa resposta nestes longos anos tem sido a mesma: - Sim, você pode. A redação é sua, e você a faz como melhor desejar.
A verdade é que alguns alunos, diante da redação escolar, se sentem obrigados a obedecer a um padrão, a uma lei que eles não sabem bem qual é, mas que os impede de escrever com liberdade.
Por exemplo, se o tema sugerido é a juventude, eles ficam preocupados em colocar idéias dos outros, muitas vezes porque as acham bonitas, outras vezes porque acham que seu ponto de vista não agrada o professor.Costumo dizer que todos nós e cada um de nós, somos uma grande idéia inventada pelo Criador. Por quê então, não revelamos o que somos, sentimos, o que passa através de nós?
Diante de uma folha de papel, escreva com total liberdade o seu pensamento sobre o tema proposto.

ATIVIDADE PROPOSTA
Escreva com suas palavras sobre um dos Jograis :
.Juventude)
.O pequeno Príncipe
.Vamos trabalhar
.No último andar

A NARRAÇÃO NA 1a. PESSOA
O estilo narrativo, quando desenvolvido na primeira pessoa do discurso(eu), é aquele em que o narrador conta uma história, na qual participa como personagem. Neste tipo de narração, todos os fatos passam pela visão do narrador, ou seja, o texto mostra os fatos através da opinião de quem os conta. Observe os textos abaixo :
A. "Meu verde mar azul, para o qual eu ia, nos verões, de maiozinho vermelho, incorporada à família, num grupo solene e grave como se obedecesse a um ritual. E lá ia eu, sereia correndo pelos rochedos, livre como o vento. Rainha de incontáveis castelos de areia, tive as mais belas coleções de conchas e caramujos que enriqueceram o reino das bonecas de pano."
B. "Os dois, meu pai e eu, montados no trator, lá íamos pela estrada de terra, sacolejados de tão felizes!... Nestas horas, mais do que nas outras, adorava meu velho."
Nos dois textos, é o narrador quem conta os fatos, conforme indicam os pronomes e verbos em 1a, pessoa. e, o narrador participa ativamente dos fatos que conta.

ATIVIDADE PROPOSTA
1. Você conhece o mar? Escreva um texto contando como você se sentiu a primeira vez que foi à praia. Se não conhece, escreva contando sobre um lugar de que você goste. Não deixe de escrever como você se sente nesse lugar.
2. Certamente na sua infância aconteceu um fato inesquecível. Escreva um texto contando esse fato.
3. Escolha uma pessoa da qual você gosta e escreva um texto sobre ela. Você poderá dizer quem é essa pessoa, o que ela faz, do que ela gosta, como é o relacionamento entre você e ela,etc.
Em seguida, releia cuidadosamente o seu texto e verifique se escreveu apenas sobre os aspectos positivos desta pessoa ou se incluiu também alguns negativos, o que é próprio de todas as pessoas, inclusive daquelas que gostamos. Se não incluiu aspectos negativos, não se preocupe : "Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos"....(Antoine de Saint Exupéry)

NARRAÇÃO EM 3ª
PESSOA
Na narração em 3ª pessoa, ao contrário da narração em 1ª pessoa o narrador não participa dos fatos que conta, apenas observa, vê, e relata. Muitas vezes, ele "entra" na cabeça dos personagens e "capta" o que elas pensam, sentem etc. Veja:
"Daniela revê os almoços, em sua casa, o pai reclamando do emprego (Todos uns incompetentes, nem sei de que escola saíram. Só eu trabalho!), a mãe atenta aos modos dos filhos..."
Observe que o narrador saiu do lugar onde as personagens estavam, "entrou" na cabeça de Daniela; passando a contar os pensamentos dela, e acabou contando um outro almoço em outra casa, envolvendo outras personagens.
Veja outro exemplo:
"Ele passeava o olhar pela rua, impaciente. Ela baixara a cabeça, chorando. Estavam diante da papelaria. O gerente assistia à cena..."
Observe que, nesse caso, os verbos e pronomes aparecem na 3a. Pessoa.O narrador portanto, não participa dos fatos.

ATIVIDADE PROPOSTA:
Escreva um texto narrativo na 3a. pessoa. Escolha um dos títulos:
. Aconteceu na escola. Uma cena de família. A criança e um desconhecido


TÉCNICA DE REDAÇÃO : COMO CRIAR UMA PERSONAGEM
Para criar uma personagem, o escritor usa, às vezes, dados colhidos pela observação. Por exemplo, observa uma pessoa que habitualmente levanta as sobrancelhas antes de falar. Depois, ele inventa uma personagem que também apresente esse hábito. Mas o escritor também usa, na criação de uma personagem, a empatia - qualidade psicológica que lhe permite sentir-se como aquela pessoa, vivendo uma situação nova. Vamos a um exemplo: imaginemos que Marcos escreva um conto no qual Ricardo, personagem criada por etc, precise saltar de pára-quedas de um pequeno avião com problemas.  Para
descrever os sentimentos da personagem Ricardo no momento que antecede o salto, Marcos, através da imaginação, coloca-se no lugar de Ricardo e descreve como ele se sente nessa situação.

ATIVIDADE PROPOSTA
1. Rubiana, 14 anos, garota meio tímida, está na sala de espera de uma firma para conseguir seu primeiro emprego. Ponha-se no lugar dele. Como ela se sente?
2. Rogério é um jovem goleiro de uma grande equipe profissional. Ele disputa um jogo importante e falha, tomando um belo "frango". Ponha-se no lugar dele. Como ele se sente?



O INTERIOR DA PERSONAGEM
Vamos imaginar que um escritor de novela de televisão precise mostrar que algumas de suas personagens possuem um bom caráter.
O que ele faz? Ora, ele inventa uma situação em que essas personagens façam alguma coisa boa, mostrando, assim, que possuem um bom caráter.
Por exemplo, numa noite fria, uma delas encontra, na rua, uma criança pobre, passando frio. Ela fica com muita pena, tira um agasalho e dá a essa criança.
Este mecanismo funciona em novelas, filmes, e também nos livros. Quando um escritor precisa revelar o caráter de uma personagem, ele cria uma situação em que essa personagem atue de forma a mostrar como ela é interiormente: seus sentimentos, suas atitudes etc.
No texto O rato e o canário de Drummond de Andrade , por exemplo, o autor quis mostrar o lado bom do dono dos animais: ele engana o gerente, mas depois se arrepende e volta para se desculpar.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. O texto O rato e o canário é fantástico. lnvente uma história quase inacreditável. Liberte sua imaginação.
2.Você está escrevendo um texto e precisa mostrar que uma das personagens é uma pessoa nervosa: em situações difíceis, perde rapidamente a calma. Como você faria? Também pode ser o contrário: uma pessoa que, diante de uma situação difícil, controla-se e enfrenta tudo com calma.

ESTILO DE REDAÇÃO => CRÔNICA
Trata de um acontecimento comum, que não apresenta aspectos dramáticos, muito pelo contrário, é um acontecimento da vida diária, cotidiana.
A crônica é um tipo de texto que trata exatamente desses acontecimentos do dia-a-dia, capazes de ocorrer na nossa casa, na rua, na escola etc., sem provocar grandes conseqüências.
Na literatura brasileira, é um gênero cultivado por vários escritores: Rubem Braga , Cecília Meireles, Paulo Mendes Campos, Lourenço Diaféria, Carlos Drummond de Andrade, Malu de Ouro Preto, Fernando Sabino; além de outros.

ATIVIDADE PROPOSTA
1. Leia uma crônica, escrita por algum dos autores citados. Em seguida, responda, dando exemplos do texto, às seguintes perguntas:
a. Onde e quando acontecem os fatos narrados pelo texto? (Encontre as palavras que marquem lugares e tempo.)
b. Quantas são as personagens do texto? Conte como elas são.
c. Qual é o acontecimento central apresentado pelo texto? Considere se ele pertence à vida diária, cotidiana, enfim, se ele cabe no modelo apresentado na parte teórica do estudo
d. Dê sua opinião sobre o texto.

TÉCNICA DE REDAÇÃO : A MEMÓRIA
O cérebro humano é uma verdadeira maravilha. Dentro do mundo maravilhoso do cérebro humano a memória ocupa um lugar importante. O que é a memória?
É a capacidade de guardar informações, sensações etc. Muitas das informações guardadas na memória estão ligadas, associadas, a outras. Assim, por exemplo, ao lembrar de um tipo de comida, você se recordará de uma pessoa que adora esse prato e, quem sabe, até do lugar onde você via essa pessoa. É evidente que essas lembranças são totalmente pessoais: para cada pessoa, uma imagem ou uma palavra desperta uma lembrança diferente. Pode acontecer, até que isso nem ocorra. Quando se escreve um texto, uma redação, essas lembranças são extremamente importantes. Por isso, sempre que necessário, recorra a elas.

ATIVIDADE PROPOSTA
1. Quando você vê uma fotografia do mar, de que você se lembra?
2. O cheiro do café quentinho que lembrança lhe traz?
3. A palavra feijão que lembrança lhe traz?
4. O nome Antônio lhe traz alguma lembrança? Qual?
5. A cor branca, que lembrança lhe traz?
. Agora, escreva um texto em que uma ou mais dessas lembranças apareçam.


TÉCNICA DE REDAÇÃO : A OBSERVAÇÃO
Observar é uma das palavras-chaves do ato de escrever. Assim, quem quiser aprender a escrever, precisa aprender a observar. Foi o que fez Amyr Klink, o navegador solitário, que atravessou o Atlântico Sul, da África para o Brasil, em um pequeno barco, realizou uma notável aventura e demonstrou algumas qualidades psicológicas durante sua façanha: coragem, bravura, sabor pela aventura...e, quando estava em pleno mar, Almyr Klink recebeu uma notícia que o deixou muito feliz - "Muito bem Almyr, você está exatamente dentro da corrente que vai lhe trazer à Baía de Todos os Santos, de São Salvador.
"Remando até o sol se deitar, ouvi um barulho de água. lncrível! Era uma foca brincando perto da popa, já vira muitas focas ainda próximo da costa, mas a duzentos quilômetros era impressionante! Uma foca solitária nadando de costas, acenando para trás com as nadadeiras e indo para frente como quem sabe aonde vai. Continuei remando. Remando de costas, olhando para trás. Pensando na foca solitária".
Observe que tudo isto escrito, é fruto da observação do autor que soube ver a foca e registrar sua visão. Não é necessário atravessar o mar em um barquinho para fazer observações interessantes. A vida diária permite boas observações.
Neste livro citado você encontrará algumas atividades para desenvolver seu poder de observação

ATIVIDADE PROPOSTA
1. Observe bem o lugar no qual você dorme. Olhe bem para todos os detalhes, procurando guardar alguns deles na sua memória.
2. Fique junto à porta olhando da direita para a esquerda. Observe a posição dos móveis, a cor das paredes, a posição da janela, os pontos banhados pela luz do sol, o cheiro do lugar.
3. O ser humano vai marcando o lugar onde vive com coisas de que gosta. Veja que objetos pessoais marcam seu quarto.
4. Como você se sente no seu quarto? Em que momentos você gosta dele? Em que momentos você não gosta dele? Quais as atividades que você faz nele?
5. Qual o papel do seu quarto na sua vida?

TÉCNICA DE REDAÇÃO : A DESCRIÇÃO
"Sobre nós, o céu estava completamente fechado, de horizonte a horizonte, como se estivéssemos debaixo de imensa abóbada negra. A abóbada ia descendo lentamente, como a tampa de um gigantesco alçapão." O parágrafo acima informa ao leitor o aspecto fico onde as personagens estão. Trata-se de um parágrafo descritivo, que informa sobre o visual do lugar onde acontece a ação do texto.
Os pintores não representam, em seus quadros, paisagens e pessoas? Quem escreve também pode fazer essa representação, só que através da palavra. A descrição é, então, um recurso de grande importância, pois é através dela que se aprende a ver, a sentir, a observar o mundo e a representá-la.
Nos textos ou parágrafos descritivos, predominam os verbos de estado: "o céu estava completamente fechado" - e também freqüente o emprego de comparações:"como se estivéssemos debaixo de imensa abóbada negra". É importante usar as cores, e também os adjetivos, que ajudam a caracterizar o objeto, o lugar, a pessoa descrita.
Ainda é importante fixar um ponto-de-vista de onde começar a descrição. No parágrafo que serviu de exemplo, observe que o ponto-de-vista é de baixo para cima.


ATIVIDADE PROPOSTA
1. Descreva sua aparência física. Não se esqueça da cor dos cabelos, pele, olhos, roupas etc. Se preferir, descreva alguém que você admira(gosta).
2. Descreva o céu. Use cores e não se esqueça de que elas variam de tonalidade
3. Descreva a sua casa ou um lugar onde você se sente muito bem. (Ambiente físico e psicológico)

TÉCNICA DE REDAÇÃO : A REPORTAGEM
Muitos dos contados nos textos deste livro nunca aconteceram na realidade  foram criados pela imaginação dos escritores.
Já o texto "Duro batismo de fogo" conta um acontecimento que realmente ocorreu:
Existe uma escola, chamada EWM, que dá treinamento para aeromoças e comissários de bordo, e essa escola promoveu, de verdade, o treinamento contado pelo texto. As revistas, os jornais, o rádio e a televisão divulgam constantemente reportagens. Para que um assunto se transforme em reportagem, ele precisa interessar a um grande número de pessoas, ser um assunto que contenha interesse jornalístico.

O AUTOR DA REPORTAGEM : Para escrever uma reportagem, o repórter vai ao lugar onde o fato acontece, às vezes até acompanhado de um fotógrafo e passa a coletar informações. Depois, na redação do jornal, ou da revista, ele escreve o texto, que mais tarde chegará ao leitor. A reportagem tem o objetivo de informar o leitor; por isso pode apresentar as seguintes características :
. nome e idade das pessoas que participam dos fatos
. dar a identificação dos lugares onde acontecem os fatos.
. o fato deve ser contado claramente em ordem cronológica
. a linguagem deve ser simples; os períodos, curtos.

ATIVIDADE PROPOSTA
Agora chegou a sua vez! Escolha um assunto que interesse aos seus colegas.
Recolha as informações necessárias para sua reportagem. Anote com cuidado as
suas informações. Transforme-as ( as informações) em um bom texto jornalístico.
Sugestões para reportagem:
.Eleições( para qualquer disputa, até mesmo do grêmio escolar),
.Profissões(para jovens vestibulandos),
.Apresentações (para shows, rodeios, festas de fim-de-ano (tipo reveillon,etc,)
.Festivais ( de teatro, de música, de dança)


TEXTO : SERENATA AO MENINO DO HOSPITAL ( Cecília Meirelles)

Menino, não morras!
porque a lua cheia
vai se levantando do mar.
São de prata e de ouro,
as águas e as areias.
Não morras agora,
vem ver o luar!
Uma flor vai desabrochar :
- É azul? É roxa?
- É de ouro? É de prata?
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras!
verdes vaga-lumes
correm, num brilhante colar.
São de prata e de ouro,
todos os perfumes.
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras !
Ouve a serenata
que sussurra as cordas do ar...
São cordas de sonho
São de ouro e prata.
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras !
Sobre o céu deserto,
há uma estrela imensa a brilhar.
É de prata e de ouro,
como está tão perto!
Não morras agora ,
que a estrela da aurora,
veio ver o teu rosto
banhado de luar...

OS SINAIS DE PONTUAÇÃO EMPREGADOS NO TEXTO POÉTICO de Cecília Meireles
, (vírgula) => é empregado nas pausas, para separar frases ou expressões, para
dar mais ênfase ao que se está dizendo, e, nas datas e endereços.
. (ponto final) => é empregado para indicar o final de uma frase declarativa ou
de um conjunto de orações; também se usa o ponto nas abreviaturas. Exemplos :
Senhor = Sr. / Câmara de Dirigentes Lojistas = C.D.L.
: (dois pontos) => é empregado para indicar a introdução da fala da
personagem, ás vezes para explicar, esclarecer algo que se afirma anteriormente.
- (travessão) => é empregado para introduzir a fala da personagem (início ou
meio)
1 (ponto de exclamação) => é empregado para indicar um sentimento de
surpresa, admiração ou espanto nas frases exclamativas. Também acompanha
uma ordem. Exemplo: Vamos, estude!
?(ponto de interrogação) => é empregado para indicar perguntas diretas

Atividades
1. Empregue a pontuação adequada nas frases abaixo (dois pontos,
vírgula, ponto de exclamação, ponto final, ponto de interrogação).
A) O policial disse que ele deve se entregar
b) O lema de todo vencedor é este vencer ou vencer sempre
c) O menino disse
d) Não fui eu quem quebrou o seu vaso
e) Então quem o quebrou disse a mãe
f) As crianças costumam dormir cedo acordar cedo e dormirem cedo
g) Veja só o que você fez
h) Por que você fez isso
1) Eu prefiro doces salgados refrigerantes eu prefiro tudo que é bom


TEXTO : DE SOL A SOL  (Lucília Junqueira de Almeida Prado)
No dia seguinte, o sol nem não tinha aparecido e já estávamos a caminho da roça, todos os colonos, em grupos de quatro, seis, oito, os moços rindo os velhos calados.
Manhã orvalhada, dessas que a gente pisa no capim e sai com a barra da calça molhada.
De sol a sol. Desde que o sol nascia até quando ele desaparecia atrás do horizonte, a gente trabalhava de sol a sol.
Nosso grupo: na frente, vô Juvenal, figura alta, chapéu na cabeça, enxada no ombro; logo atrás a mãe e eu. A mãe numa tristeza magoada que a deixava tão bonita como uma santa.
- Tá sentindo alguma coisa, mãe?
- Não, filho. É só o dó de vê ocê largá a escola.
- Deixa, mãe...
- Se eu sabia de tudo isso, não tinha largado seu pai...
- Ficava apanhando feito vaca na horta, mãe? - perguntei do jeito que vó Luzia falava.
Mãe sorriu, num doce acanho:
- Não, filho. Esperava ele curar da bebedeira, isto sim, conversava com ele. Quando estava no seu normal, era um homem bom.
Então, enquanto a gente ia pra roça, comecei a lembrar de meu pai: um homem forte, de cabelo crespo, dente de ouro bem na frente, quando não estava bêbado, o olhar era limpo e tinha um jeito aprumado de jogador de futebol. Costumava me chamar de moleque Nego: "Vem cá, moleque Nego! Vem aprender a tocar viola com seu pai! " Eu, sentado no colo dele, dedilhava: "Não sai bonito como o d'ocê, pa! Pai me abraçava: "Um dia aprende moleque Nego! Aprende e vai ter o seu conjunto, viver de tocar nos bailes da colônia, deixar esta vida sem eira nem beira".
Naquele meu primeiro dia a caminho da roça lembrei meu pai e senti um frio que me arrepiou e outra vez aquele aperto na garganta: lá estava eu a caminho da vida sem futuro.
- Mãe, se o pai voltasse, mãe, cê ia viver com ele? , .
Mãe pensou o prazo de um respirar:
- Ia, Neguito. Ia sim! Mesmo que ele voltasse o mesminho, voltava pra ele ... por causa da carestia, pra dar mais conforto pr'ocês.
Não sei por que, senti alívio. E, de repente reconheci que tinha saudades de meu pai.

ESTUDO DO TEXTO
1. Quando e onde acontecem os fatos contados pelo texto?
2. Quem conta o texto?
3. Qual o problema de familia que o texto conta?
4. Qual a causa desse problema?
5. O que fazia o pai quando bebia? E quando não bebia, como era?
7. Qual a situação econômica da família?
8. Qual sua opinião a respeito da seguinte afirmação feita pelo narrador: "Lá estava eu a
    caminho de uma vida sem futuro"?
9. Você concorda que um menino deixe a escola para trabalhar? Por quê?
10. Para você, o trabalho do homem do campo é importante? Por quê? Em que
     condições ele trabalha?
11. No texto, aparecem muitas expressões próprias do universo dos camponeses. Uma delas, por exemplo, é apanhar mais que vaca na roça, que quer dizer o seguinte: quando a vaca invade a roça, ela apanha pra sair dali. Procure, no texto, outras dessas expressões e descubra o seu significado.
12. Copie as palavras, procure no texto outras da mesma família e escreva-as ao lado: orvalho desaparecido mágoa bêbado dedo caro triste jogo

VOCÊ GOSTA DE MIM? (Pedro Bloch)

- Mamãe...
- Que é, menino?
- Você gosta de mim?
Aquilo saiu sem querer. Quando viu já tinha dito. Lúcia se surpreendeu com a pergunta. Na realidade não vivia manifestando afeto. Ela mesma precisava que a aprovassem a cada instante. O erro de Ronaldo talvez fosse o de não lhe dar aquela dose de palavras doces que fazem bem à alma de cada um. Achava que qualquer manifestação de afeto era tolice. Há gente assim. Pensa que qualquer ato de ternura, qualquer palavra mais açucarada, é pieguice. Há pessoas que têm medo de sentir. Talvez porque tivessem sido muito magoadas quando crianças, quando tentaram manifestar seu carinho e foram repelidas sem querer. Talvez também tivesse ocorrido o problema do filho mais querido e menos querido. O mais querido se sente um vitorioso permanentemente. O menos querido, embora muita vez isso nem corresponda à realidade, fica como que sobrando na vida e no mundo, pisando terreno inseguro, areia movediça, como naquela fita em que o mocinho ficou preso sem poder sair e afundando cada vez mais.
- Claro que eu gosto de você, meu querido!
Abraçou-o mas, entre eles, estava o neném, que tinha vindo para mamar justo naquela hora.
- Quando é que o neném vai pra casa?
- Na quinta.
- Por que é que o papai não gosta de mim? Mal acabou de dizer levou até susto com as próprias palavras.
- Papai tem uma vida muito cheia de trabalho. Garanto que ele adora você. Só que há gente que mostra isso com abraço e beijo. Outros mostram sentindo. Só sentindo.
- E como é que a gente vai saber, se a pessoa não fala?
- Estamos falando agora. Está vendo como é bom ter diálogo? Você quase não se comunica...
- É que você e papai estão sempre muito ocupados - pausa. - Sabe que papai nunca me levou no escritório dele?
- O que é que você queria lá?
- Só olhar. Ver as coisas. Ver como ele trabalha. É meu pai, né?
- Você pede a ele.
- Acha que não vai zangar?
- Claro que não!

Atividades ( Discussão em grupo, plenário, debate)
1. Na sua família há diálogo? Quais as horas em que isso ocorre? Sobre o que vocês dialogam?
2. Na sua opinião, como uma pessoa pode saber que outra gosta dela?
3. Na sua família existem normas (comportamentos) impostas por quem a lidera(pai, mãe, irmão mais velho, avós, etc)? O que você pensa disso? É bom? Não é? Como deveria ser?


TEXTO : O ALUNO APAIXONADO (João Carlos Marinho)

Naquele dia o Godofredo levou um poema para a professora Jandira escrito assim:
Jandira
Meu coração fira
Não.
Nossa lonjura
De idade
É pura
Formalidade.
O Pituca achou o poema babão, o Hugo Ciência apontou alguns defeitos estilísticos e disse que coração com não é rima pobre. O Biquinha falou que estava parecido com rima encavalada do Chico Buarque. A Sílvia adorou, a Mariazinha ficou com ódio, quis rasgar o poema, Godofredo saiu correndo antes que Mariazinha o tivesse rasgado, e entregou à Jandira. A professora Jandira, de pé sobre o estrado, leu, riu e, tendo agradecido, começou a aula:
- Grandes poemas da história da literatura surgiram de paixões impossíveis, como esta do Godofredo por mim. A paixão impossível é um estímulo para a poesia.
Edmundo pediu um aparte e falou que preferia os poemas do Carlos Drummond de Andrade que não falavam de paixão e sim das coisinhas do dia-a-dia.
- lsto é uma maneira muito simplista de examinar o Drummond - falou Jandira - Mas vá, estou entendendo o que você quer dizer.
Jandira dividiu a classe em dois grupos e deu como lição de casa um grupo trazer poemas de paixão impossível e outro de poemas falando de coisinhas do dia-a-dia.
A aula de Jandira era a última. Os alunos foram saindo e conversando e brincando na calçada.
- Deve ser engraçado ter uma paixão - disse Pituca - Nunca tive. Como será?
- Paixão é uma doença delirante - falou Mariazinha - Homem e mulher foram feitos para
aumentarem a Criação e não para ficarem se lamentando em rimas e estrofes por aí.
- Trata-se de uma opinião filosófica defensável, porém, discutível - ponderou Hugo Ciência

GRAMÁTICA APLICADA AO TEXTO
1 - Retire do texto alguns verbos que estejam no Infinitivo, Gerúndio e Particípio :
Infinitivo Gerúndio Particípio

2 - Justifique a acentuação das palavras em negrito no texto, agrupando-as por regra :

lll - Circule os dígrafos de algumas palavras abaixo e indique os encontros consonantais :
lonjura - naquele - correndo - antes - mulher - Chico - grandes- preferia - Drummond -quis.

lV - Quantas letras e quantos fonemas há em :
homem                                   Hugo
coração                                  poesia
Mariazinha                             Biquinha
V - Indique como se formou a contração das preposições em e de nas palavras abaixo
naquele =                               do =                            das =
na =                                       dela =                         deste =
num =                                     dali =                           daquilo =


ESTUDO E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1. Onde acontecem os fatos narrados pelo texto?
2. Como Godofredo quer ganhar o coração de Jandira?
3. Os colegas de Godofredo tiveram as mais diferentes reações diante do poema que ele escreveu. A Mariazinha, por exemplo, ficou com ódio. Por quê?
4. Qual a atitude dos outros?
5. Você acha que Jandira fez bem lendo o poema diante da classe?
6. Por que a paixão de Godofredo, segundo Jandira, é impossível?
7. Segundo Edmundo, de que falam os poemas de Drummond?
8. Como você entendeu: "Homem e mulher foram feitos para aumentarem a Criação e não para ficarem se lamentando em rimas e estrofes por aí?
9. Qual é o principal fato que o texto conta?
10. Você conhece algum caso parecido com o do texto? Conte-o para os colegas.


Minha primeira professora (Érico Veríssimo)

D. Margarida Pardelhas era uma espécie de Nêmesis, temida pelos alunos insubordinados ou vadios e respeitada e mesmo venerada pelos outros.
Solteirona de estatura meã, robusta mas não gorda, usava p¡nce-nez, tinha um par de olhos claros e penetrantes, que pareciam ler nossos pensamentos mais recônditos, o lábio superior sombreado por um buço que, quando seu rosto estava sério ou irado, lhe acentuava a expressão de terribilidade. Sua voz era metálica e autoritária. Tinha, porém, um belo sorriso, que parecia reservar para os seus
eleitos, isto é, os alunos que se portavam bem em aula e interessavam-se por aprender. D. Margarida educou várias gerações de cruz-altenses. Pisava duro com seus sapatos de salto militar, e o ruído ritmado de seus passos era conhecido de todos, inocentes e culpados. Quando ela entrava na aula em que a desordem e a balbúrdia se haviam instalado, todos se aquietavam de súbito, ao impacto de sua poderosa presença, e dali por diante reinava o silêncio.
Sempre tive por essa grande educadora uma certa afeição tingida de temeroso respeito. D. Margarida era solteirona e vivia numa pequena casa de sua propriedade, em companhia de seus velhos pais, na Rua do Comércio. Não acreditava na existência de Deus, mas nunca tentou, direta ou indiretamente, transmitir aos alunos o seu ateísmo. Lembro-me vagamente de que um dia um pai irado publicou num jornaleco local um "a pedido" em que a chamava de "leitora de Voltaire e Diderot".
Recordo-me freqüentemente dessa minha professora sentada atrás de sua mesa, em cima do estrado, tomando notas num caderno. Quando se ouviam murmúrios na aula, erguia a cabeça, seus óculos relampejavam, e ela exclamava:
"Ai! Ai! Ai!". E os ruídos morriam instantaneamente.
Ao aproximar-se da velhice, D. Margarida Pardelhas converteu-se ao catolicismo.
Morreu há já muitos anos. Deve estar no Céu, educando anjos.
(Solo de clarineta. Porto Alegre, Globo, 1976. v. 2, p. 87-8.)

VOCABULÁRIO:
Némesis: personagem da mitologia grega
insubordinados: indisciplinados
meã: média .
pince-nez: óculos sem haste, presos ao nariz por uma mola
recôndito: escondido, oculto
buço: penugem
cruz-altenses: pessoas provenientes de Cruz Alta
balbúrdia: confusão
impacto: choque
temeroso: receoso
relampejavam: brilhavam repentinamente .


 O ÚLTIMO ANDAR  (CECÍLIA MEIRELES  )

 No último andar é mais bonito:
 do último andar se vê o mar.
Todos: É lá que eu quero morar.

 O último andar é muito longe:
 custa-se muito a chegar.
Todos: Mas é lá que eu quero morar.

 Todo o céu fica a noite inteira
 sobre o último andar.
Todos: É lá que eu quero morar.

 Quando faz lua, no terraço
 fica todo o luar.
Todos :É lá que eu quero morar.

 Os passarinhos lá se escondem,
 para ninguém os maltratar:
Todos: no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
 tudo parece perto, no ar.
Todos:É lá que eu quero morar.

 No último andar.

[Ou isto ou aquilo,& inéditos Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/MEC,1977, p 78.9.)


DIÁLOGO
À Leia os dois diálogos abaixo e observe as diferenças na forma como foram apresentadas as falas das personagens.

- Como é que você se chama?
- Não sei. Ninguém me chama pra eu saber como é que eu me chamo. E você?
- Vira-lata.
- Quem é que chama você assim?
- Chamar ninguém chama. Mas gritam "Sai daí, seu vira-lata! Olha um vira.lata no jardim! Acerta uma pedra nesse vira-lata!"
- Bom, isso tudo eu também tô sempre ouvindo.
- Então pronto: você também se chama Vira-lata.
(Lygia Bojunga Nunes. Os colegas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1981)


Eu assisti à tragédia. Era uma noite linda. Alguns colegas idiotas ladravam à Lua, nos quintais vizinhos. (Tem muito cachorro que envergonha a raça...) Eu tinha passado por baixo da cerca e batia um papo com Sultão. De repente, ele me disse:
- Olha que homem tão bom... jogar dois bolos pra nós...
Eu vi aquilo e lati baixinho:
- Não seja besta, compadre. Olhe o que eu tenho lhe dito... lsso é muamba...
lngênuo, confiante, ele se atirou ao primeiro bolo.
Eu avancei, latindo alto:
- Não coma essa porcaria, seu tonto!
O coitado pensou que eu queria o bolo dele e fugiu, engolindo-o depressa e dizendo:
- O seu tá ali, seu bobo! O mocinho bom deu um pra cada um...
lmediatamente ele cambaleou. Estava mortalmente envenenado.

(Origenes Lessa. Confissões de um vira-lata. Rio de Janeiro, Ediouro, 1972)


PONTUAÇÃO

Pontue adequadamente os trechos abaixo.

1. Tangas miçangas sol mar toalhas estendidas areia morna e celebridades semi-
nuas curtindo o calor eis a praia mais badalada do Brasil
2. Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão entrou na loja um sujeito baixo
sem chapéu trazendo pela mão uma menina de quatro anos
3. Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a seguir importantes pa-
ra efeito de pesquisas relativas aos vestibulares
4. Hoje eu daria o mesmo conselho  menos passeio e mais estudo.
5. Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
6. Terminada a aula o professor Jacinto dirigindo-se à classe disse Todos deverão
trazer dicionário na próxima aula
7. À hora do almoço, notou que havia nas  doze pessoas sentadas à sua mesa  fi-
lhos sobrinhos cunhados  um curioso silêncio.
8. O Agente do recenseamento vai bater numa casa de subúrbio longínquo onde
nunca chegaram as notícias
 Não quero comprar nada.
 Eu não vim vender minha senhora Estou fazendo o censo da população e lhe
peço o favor de me ajudar
 Ah moço não estou em condições de ajudar ninguém Tomara eu que Deus
me ajude Com licença sim
E fecha-lhe a porta
(Carlos Drummond de Andrade. "Caso de recenseamento" in Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988)

B Agora, você vai ler o texto abaixo e pontuá-lo adequadamente.

Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:
- Senhor Presidente: não sou daqueles que...
O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural. No entanto, po-
dia perfeitamente ser o singular:
- Não sou daqueles que...
Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era preciso precaver-
se contra essas armadilhas da linguagem - que recusa? - ele que tão facilmente caía
nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar
tempo:
- Embora perfeitamente cônscio das minhas altas responsabilidades, como repre-
sentante do povo nesta Casa, não sou...
Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado no plural? Era
um desses casos que os gramáticos registram nas suas questiúnculas de português. ia
para o singular, não tinha dúvida. ldiotismo de linguagem, devia ser.
(Fernando Sabino. ln Para gostar de ler. São Paulo, Ática, 1979, v. 4)

DISCURSO DIRETO E INDIRETO

A Sublinhe os trechos onde aparece o discurso direto.
1. - Sim, afirmou a testemunha, eu estava lá.
2. "Pai José, disse ele ao entrar: Sinto-me hoje muito cansado."
3. - Saiam imediatamente, ordenou o chefe.
4. Ele garantiu: Sairei às oito horas.
5. A moça pediu-lhe os documentos: certificado de nascimento, atestado de vacina anti.
variólica, atestado audiométrico e três retratos três por quatro.
- Retrato recente? - perguntou Juvenal - ou de quando eu tinha cinco anos?
(Carlos Eduardo Novaes. ln Para gostar de ler. São Paulo, Ática, 1981, v. 7)

B Sublinhe os trechos onde aparece o discurso indireto.
l. Alguém nos informou que na outra esquina havia uma farmácia.
2. Numa expedição de alpinismo, o guia preveniu um turista que tomasse cuidado para
não cair pois o lugar era muito perigoso.
3. Meu pai me disse que não sabia o que era aquilo.
4. A professora disse que havia dado o prêmio ao garoto porque ele era muito estudioso.
5. A mulher perguntou ao marido que horas eram.


1 - São muitas sementes por todo o planeta!
As sementes dormem no seio da terra,  até que uma delas cisme em despertar.
TODOS: É preciso reconhecer as sementes.
2 - Naquele planeta existiam sementes boas de árvores boas  E sementes más de ervas más É  importante reconhecer as sementes Todos os dias o principezinho cuidava de seu planeta Remexia os vulcões e arrancava as ervas daninhas  que nasciam  durante a noite.

TODOS: É necessário saber reconhecer as sementes.

3 - Os baobás, se deixarmos que cresçam,  tornam-se  árvores enormes E destroem um pequeno planeta. Quando arbusto, porém, é uma planta semelhante às outras. É preciso reconhecê-lo e arrancá-lo.

TODOS: Quando pequeno é inofensível!

4 - Havia no seu planeta três vulcões... Um estava extinto! Todos os dias ele remexia os três... Um vulcão?! nunca se sabe...


TODOS: Quando  entrará em erupção!

5 - Os vulcões são perigosos porque ardem desgovernados... Na terra, somos muito pequenos para remexê-los...  Porisso nos  causam tanto mal.

TODOS: Quando se está triste é bom ver o pôr do sol...

6 - Precisamos ser pacientes com os adultos. Pois se julgam muito sabidos!...
Ordene ao seu general: Transforme-se em uma gaivota!... Se ele porém não lhe obedecer...

TODOS: A culpa não será sua...

8 - A autoridade repousa sobre a razão. Os homens compram tudo feito nas lojas, mas como não existe lojas de amigos...

TODOS: Se queres um amigo, cativa-o!

9 - Cativar ? É criar laços! Laços de afetividade. Por favor, cativa-me! Laços de sinceridade.

TODOS: Por favor, cativa-me!

10 - Laços de fidelidade.

TODOS: Por favor, cativa-me!

11 - Cativar é manter tantos laços!... Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar... Se me dizes que vens às quatro,  Desde as três eu começo a ser feliz...

TODOS: Eu sou responsável pela minha rosa!

12 - Se amas uma flor, que se encontra numa estrela será bonito olhares o céu à noite... Todas as estrelas estarão floridas! O que os homens procuram?!?

TODOS: O que eles procuram, poderia estar numa estrela!...

13 - Os homens?...Eu os vi uma vez... Parecia ser  mais que três, talvez quatro.  Andavam apressados e tristes. É muito difícil  ver carneiros através de caixas?!...

TODOS: Para um adulto, pode ser que sim...

14 - Pode ser que em algum lugar do Universo, um carneiro destrua sua rosa!

TODOS: Pode ser que sim!!!

15 - Não te parece importante a guerra de rosas e carneiros?!?


TODOS: Acho que sim!!!--

16 - Mas Eu sou responsável pela minha rosa! E Eu pelo meu carneiro! Os homens cultivam cinco mil rosas num único jardim...

TODOS: E quase nunca encontram a que procuram!

17 - Há milhares e milhares de anos, as rosas fabricam espinhos. Pensamos que são inúteis e terríveis!... Isto não te parece importante?

TODOS: Isto é muito importante!!!

18 - Cada vez que o acendedor acende o seu lampião, um novo dia nasce.

TODOS: Um novo dia nasce!

19 - Nunca se vai muito longe, quando se anda só para a frente. Não existe só a frente! Eu conheço todas as direções!

TODOS: São muitas as direções!.

20 - Às vezes, se enxerga melhor com o coração!

TODOS: O essencial é invisível aos olhos.

21 - Nada se vê ou nada se ouve, no entanto, no silêncio, alguma coisa irradia...

TODOS: Alguma coisa irradia...

22 - Ouça o som da água!  A água, às vezes, é boa para o coração! Aquela água foi boa para o meu coração... Nasceu do esforço do meu braço, do canto daquela roldana... Da arte de viver e sonhar! Quando estiveres triste
TODOS: Bom é contemplar o pôr do sol!...


TEXTO : DE SOL A SOL  (Lucília Junqueira de Almeida Prado)
No dia seguinte, o sol nem não tinha aparecido e já estávamos a caminho da roça, todos os colonos, em grupos de quatro, seis, oito, os moços rindo os velhos calados.
Manhã orvalhada, dessas que a gente pisa no capim e sai com a barra da calça molhada.
De sol a sol. Desde que o sol nascia até quando ele desaparecia atrás do horizonte, a gente trabalhava de sol a sol.
Nosso grupo: na frente, vô Juvenal, figura alta, chapéu na cabeça, enxada no ombro; logo atrás a mãe e eu. A mãe numa tristeza magoada que a deixava tão bonita como uma santa.
- Tá sentindo alguma coisa, mãe?
- Não, filho. É só o dó de vê ocê largá a escola.
- Deixa, mãe...
- Se eu sabia de tudo isso, não tinha largado seu pai...
- Ficava apanhando feito vaca na horta, mãe? - perguntei do jeito que vó Luzia falava.
Mãe sorriu, num doce acanho:
- Não, filho. Esperava ele curar da bebedeira, isto sim, conversava com ele. Quando estava no seu normal, era um homem bom.
Então, enquanto a gente ia pra roça, comecei a lembrar de meu pai: um homem forte, de cabelo crespo, dente de ouro bem na frente, quando não estava bêbado, o olhar era limpo e tinha um jeito aprumado de jogador de futebol. Costumava me chamar de moleque Nego: "Vem cá, moleque Nego! Vem aprender a tocar viola com seu pai! " Eu, sentado no colo dele, dedilhava: "Não sai bonito como o d'ocê, pa! Pai me abraçava: "Um dia aprende moleque Nego! Aprende e vai ter o seu conjunto, viver de tocar nos bailes da colônia, deixar esta vida sem eira nem beira".
Naquele meu primeiro dia a caminho da roça lembrei meu pai e senti um frio que me arrepiou e outra vez aquele aperto na garganta: lá estava eu a caminho da vida sem futuro.
- Mãe, se o pai voltasse, mãe, cê ia viver com ele? , .
Mãe pensou o prazo de um respirar:
- Ia, Neguito. Ia sim! Mesmo que ele voltasse o mesminho, voltava pra ele ... por causa da carestia, pra dar mais conforto pr'ocês.
Não sei por que, senti alívio. E, de repente reconheci que tinha saudades de meu pai.

O ÚLTIMO ANDAR  (Cecília Meireles  )
 No último andar é mais bonito:
 do último andar se vê o mar.
Todos: É lá que eu quero morar.

 O último andar é muito longe:
 custa-se muito a chegar.
Todos: Mas é lá que eu quero morar.

 Todo o céu fica a noite inteira
 sobre o último andar.
Todos: É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraço
 fica todo o luar.
Todos :É lá que eu quero morar.

 Os passarinhos lá se escondem,
 para ninguém os maltratar:
Todos: no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:
 tudo parece perto, no ar.
Todos:É lá que eu quero morar.
 No último andar
(Ou isto ou aquilo,& Inéditos, Civilização Brasileira/MEC,1977)


PARTE A : ESTUDO DO TEXTO DE SOL A SOL
1. Quando e onde acontecem os fatos contados pelo texto?
2. Quem conta o texto?
3. Qual o problema de família que o texto conta?
4. Qual a causa desse problema?
5. O que fazia o pai quando bebia? E quando não bebia, como era?
7. Qual a situação econômica da família?
8. Qual sua opinião a respeito da seguinte afirmação feita pelo narrador: "Lá estava eu a
    caminho de uma vida sem futuro"?
9. Você concorda que um menino deixe a escola para trabalhar? Por quê?
10. Para você, o trabalho do homem do campo é importante? Por quê? Em que
     condições ele trabalha?
11. No texto, aparecem muitas expressões próprias do universo dos camponeses. Uma delas, por exemplo, é apanhar mais que vaca na roça, que quer dizer o seguinte: quando a vaca invade a roça, ela apanha pra sair dali. Procure, no texto, outras dessas expressões e descubra o seu significado.
12. Copie as palavras, procure no texto outras da mesma família e escreva-as ao lado: orvalho desaparecido mágoa bêbado dedo caro triste jogo

PARTE B : ORTOGRAFIA
A. Pontue adequadamente os trechos abaixo.

1. Tangas miçangas sol mar toalhas estendidas areia morna e celebridades semi-
nuas curtindo o calor eis a praia mais badalada do Brasil
2. Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão entrou na loja um sujeito baixo
sem chapéu trazendo pela mão uma menina de quatro anos
3. Hoje eu daria o mesmo conselho  menos passeio e mais estudo.
4. Terminada a aula o professor Jacinto dirigindo-se à classe disse Todos deverão
trazer dicionário na próxima aula
5. À hora do almoço notou que havia nas  doze pessoas sentadas à sua mesa  fi-
lhos sobrinhos cunhados  um curioso silêncio.
6. O Agente do recenseamento vai bater numa casa de subúrbio longínquo onde
nunca chegaram as notícias
 Não quero comprar nada.
 Eu não vim vender minha senhora Estou fazendo o censo da população e lhe
peço o favor de me ajudar
 Ah moço não estou em condições de ajudar ninguém Tomara eu que Deus
me ajude Com licença sim
E fecha-lhe a porta
(Carlos Drummond de Andrade. "Caso de recenseamento" in Poesia e prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1988)

B. Copie as frases, completando as palavras com g ou j:
a. Naquela época, eu fiz está...io nesta escola.
b. Espero que eles via .., em contentes.
c. A primeira la .... e do prédio está pronta.
d. Deixe de malandra ...em, menino!

C). Complete as palavras, empregando ch ou x:
-----eiro fle-----a abaca------1 pai----ão -----avante ------efe mo-----ila amei----a -------adrez -----ampu fei-----e cai----ão ---eque en------oval ------arlatão -----aruto

PARTE C : GRAMÁTICA APLICADA AOS TEXTOS
1. Retire do texto palavras das classes gramaticais já estudadas :
Substantivo
Adjetivo
Artigo
Advérbio
Numeral
Pronome
Verbo
2.Justifique a acentuação nos vocábulos retirados dos textos:
bêbado - estávamos
já - cá - lá
chapéu
você
"largá"
colônia
ninguém
3.Conjugue o verbo andar nos tempos verbais dos Modos Indicativo e Subjuntivo que você já aprendeu.
INDICATIVO
Presente: Eu         

Pretérito Perfeito:Eu

Pretérito Imperfeito: Eu

Futuro do Presente: Eu

Futuro do Pretérito: Eu
SUBJUNTIVO
Presente : Que eu

Pretérito Imperfeito : Se eu

Futuro : Quando eu

4. Vamos relembrar?
a) Circule os dígrafos das palavras abaixo e indique os encontros consonantais :
lonjura -       naquele -            correndo -       antes -       mulher -           Chico -
grandes-                 preferia -               Drummond -               quis.
b) Quantas letras e quantos fonemas há em :
homem                                   Hugo
coração                                  poesia
Mariazinha                             Biquinha
c)  Indique como se formou a contração das preposições em e de com artigos, pronomes, advérbios nas palavras abaixo
naquele =                               do =                            das =
na =                                       dela =                         deste =
num =                                     dali =                           daquilo =


SUMÁRIO

ORTOGRAFIA : REVISÃO, 1
ORTOGRAFIA : USO DO G ou J,  2
Atividades, 2
EMPREGO DE X E CH,  2
Atividades, 3
ORTOGRAFIA : uso do O e U, 3
Atividades, 3
EMPREGO DE ISAR E IZAR, 4
Atividades, 4
OS SONS DE X, 4
Atividade, 5
? ? ? DÚVIDAS DO DIA - A - DIA, 5
MAL OU MAU?, 5
Atividades, 5
HOUVE ou OUVE?, 5
Atividades, 5
TRÁS OU TRAZ?, 5
Atividades, 6
VIAGEM ou VIAJEM?, 6
HÁ 0U A?, 6
Atividades, 6
PORQUE, POR QUE OU POR QUÊ?, 6
Atividades, 6
ESTE, ESSE 0U AQUELE?, 7
Atividades, 7
ONDE OU A0NDE?, 7
Atividades, 7
A GENTE VAI OU A GENTE VAMOS?, 7
HISTÓRIA, história  OU ESTÓRIA?, 7
Atividades, 7
AM OU ÃO EM FINAL DE VERBO, 8
CESSÃO, SEÇÃO OU SESSÃO?, 8
Atividades ( complete com cessão, seção ou sessão), 8
SEXTA (Ê), CESTA (Ê) OU SESTA (É)?, 8
Atividades, 8
TÉCNICAS DE REDAÇÃO, 8
SERÁ QUE PODE, PROFESSOR?, 8
ATIVIDADE PROPOSTA, 9
A NARRAÇÃO NA 1a. PESSOA, 9
ATIVIDADE PROPOSTA, 9
NARRAÇÃO EM 3a. PESSOA, 9
ATIVIDADE PROPOSTA:, 10
TÉCNICA DE REDAÇÃO : COMO CRIAR UMA PERSONAGEM, 10
ATIVIDADE PROPOSTA. 10
O INTERIOR DA PERSONAGEM, 10
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
ESTILO DE REDAÇÃO => CRÔNICA, 11
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A MEMÓRIA, 11
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A OBSERVAÇÃO, 12
ATIVIDADE PROPOSTA, 12
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A DESCRIÇÃO, 12
ATIVIDADE PROPOSTA, 13
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A REPORTAGEM, 13
O AUTOR DA REPORTAGEM, 13
ATIVIDADE PROPOSTA, 13
TEXTO : SERENATA AO MENINO DO HOSPITAL (Cecília Meirelles), 13
OS SINAIS DE PONTUAÇÃO EMPREGADOS NO TEXTO POÉTICO de Cecília Meireles, 14
Atividades, 14
TEXTO : DE SOL A SOL  (Lucília Junqueira de Almeida Prado), 15
ESTUDO DO TEXTO, 15
VOCÊ GOSTA DE MIM? (Pedro Bloch), 16
TEXTO : O ALUNO APAIXONADO (João Carlos Marinho), 17
GRAMÁTICA APLICADA AO TEXTO, 17
ESTUDO E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO, 18
Minha primeira professora (Érico Veríssimo), 18
VOCABULÁRIO:, 18
 O ÚLTIMO ANDAR  (CECÍLIA MEIRELES), 19
DIÁLOGO, 19
PONTUAÇÃO, 20
DISCURSO DIRETO E INDIRETO, 21
TEXTO : DE SOL A SOL  (Lucília Junqueira de Almeida Prado), 23
O ÚLTIMO ANDAR  (Cecília Meireles  ), 24
PARTE A : ESTUDO DO TEXTO DE SOL A SOL, 24
PARTE B : ORTOGRAFIA, 25
PARTE C : GRAMÁTICA APLICADA AOS TEXTOS , 25


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