ORTOGRAFIA
: REVISÃO
1. Copie, completando as palavras com e ou i
a. Espero que você pontue... as frases.
b. Ant...ontem eu não estava bem de saúde.
c. Eles em... graram do Brasil para o Canadá.
d. Não se esqueça de agir com d...scrição.
2. Copie, completando as palavras com s ou z:
a. Se ele qui....er, eu irei também.
b. A Ro.... inha está no pátio.
c. A sua surde..... está bem avançada.
d. Ele estuda a civili.... ação brasileira.
3. Copie, completando as palavras com x ou s:
a. Encontrei uma lagarti....a na sala.
b. O e....trato de tomate está bom.
c. Tudo foi um mi....to de riso e de dor.
d. Carregava comigo um velho crucifi...o.
e. Os e...cedentes terão nova oportunidade.
f. O seu gesto foi e....cêntrico.
4. Complete as palavras com a letra indicada nos parênteses:
(g ou j) O meu velho carro tinha ferru--em.
(g ou j) Gosto do gor---eio do canário.
(s ou z) Já fizeram a análi--- e do seu exame.
(s ou z) Eles estudaram a coloni--- ação brasileira.
(x ou ch) A en---ada ficou no quintal.
(x ou ch) Papai gosta de pão com salsi---a,
(x ou s) Aquela peça é um mi--- to de humor com drama.
(x ou s) O atleta teve uma bela marca na prova de
e---tensão.
(o ou u) No calor, a gente s---a muito.
(o ou u) As galinhas já estão no p---- leiro.
5. Copie as palavras e identifique se são Monossílabas (uma
só sílaba), Dissílabas (duas sílabas) , Trissílabas (três sílabas) ou
Polissílabas (mais de três sílabas): extremidade ( ) caixão (
) peixe ( ) calvície ( ) som (
) ninho ( ).
6. Separe em sílabas as palavras e classifique-as quanto à
sílaba tônica: (Oxítona, Paroxítona ou Proparoxítona. Lembre-se : Oxítona => a sílaba tônica é a última do final
para o início, Paroxítona => a sílaba tônica é a penúltima, e
Proparoxítona => a sílaba tônica é a antepenúltima):
complexidade ( ) problemática ( ) sozinho ( ) solidificação
( ) saudade ( ) também ( ) comércio ( )
juiz ( ) repartir ( ) doído (
)
ORTOGRAFIA
: USO DO G ou J
1. Escrevem-se com g as terminações -agem, igem e -ugem,
malandragem ferrugem vertigem
Exceções: lajem, pajem.
2. Escrevem-se com g as terminações -ágio, -égio, -ígio e
-úgio.
estágio relógio colégio refúgio prodígio
3.Escrevem-se com g as palavras derivadas de outras com g.
Viageiro vertiginoso
ferrugento digestão sugestão ingestão
4. Escrevem-se com os substantivos derivados de palavras com
j
(gorjear) gorjeta gorjeio rijeza enrijecer (rijo) laranjeira
laranjinha
(laranja)
5.Escrevem-se com j as formas verbais dos verbos em j .
lisonjear lisonjeiro arranje arranjado suje sujeira viaje
viajem
6.Escrevem-se com j as palavras de terminação em -aje.
laje ultraje traje
Exceção: garage(m).
Atividades
1. Copie, completando com g ou j:
a) paisa...em b) tra...e c) sar...eta d) prodí...io e)
verti...em f) gor...eio
g) man...edoura h) refú...io
2. Copie as palavras, escrevendo ao lado um derivado:
viagem................ laranja...............,
ferrugem...................... rijo............................
3. Copie as frases, completando as palavras com g ou j:
a. Naquela época, eu fiz está...io nesta escola.
b. Espero que eles via .., em contentes.
c. A primeira la .... e do prédio está pronta.
d. Deixe de malandra ...em, menino!
EMPREGO
DE X E CH
Depois de ditongos emprega-se x.
Peixe caixa paixão
Depois da sílaba en, emprega-se o x (exceção: encher e seus
derivados).
Enxoval enxada enxuto
Palavras de origem tupi escrevem-se com x.
Xará abacaxi xavante
Emprega-se x depois da sílaba me inicial de certas palavras.
Mexilhão mexer mexicano
(Exceções: mecha e seus derivados)
Palavras de origem latina escrevem-se com ch.
Chave cheiro chuva
Palavras de origem francesa escrevem-se com ch.
Brocha chapéu chefe
Palavras de origem espanhola escrevem-se com ch.
Apetrecho mochila cachucha
Palavras de origem alemã e inglesa escrevem-se com ch.
Chope sanduíche cheque
Atividades
1. Complete as palavras, empregando ch ou x:
-----eiro fle-----a abaca------1 pai----ão -----avante
------efe mo-----ila amei----a -------adrez -----ampu fei-----e cai----ão
---eque en------oval ------arlatão -----aruto
ORTOGRAFIA
: uso do O e U
1.Palavras em -ão e -om têm derivados em -o.
Som.....soar tom.....toada feijão....feijoada
2.Escrevem-se com o algumas palavras terminadas em oa, ola e
olo.
Nódoa névoa agrícola
êmbolo
3.Escrevem-se com o as formas do verbo magoar.
Magôo magoa(s) mágoa
4. Em geral as palavras de origem portuguesa terminam em o.
Tribo poleiro feio rio
5.Escrevem-se com o as palavras derivadas de palavras em o.
Ocorrência sortimento boteco
6. Poucas palavras portuguesas terminam em u.
bônus vírus
7. Escrevem-se com u palavras de terminação em ua e ulo.
Tábua Água Glóbulo
Cálculo
8. Escrevem-se com u certas palavras de ditongos em: au, éu,
eu, iu e ou.
Grau Céu Deu
Saiu Vou
9. O u substitui o w em certas palavras incorporadas ao
Português.
Sanduíche (sandwich) uísque (wisky)
10. Escrevem-se com u as palavras derivadas de palavras em
u.
Entupimento
curtume suador aguaceiro
11. Existem palavras
parônimas que apresentam semelhança na fala e na escrita.
cumprimento = saudação soar = fazer som sortir = variar
comprimento = extensão suar = transpirar surtir = ter como
Atividades
1. Copie as palavras, completando-as com o ou u:
eng lir
ac dir
b eiro
trég a
ac do
t ada
|
rég a
tab ada
név a
ab lição
táb a
mág a
|
escap lir
g ela
p leiro
c chicho
t alha
b zina
ent pir
|
b tão
caç ar
desc brir
c biça
p lenta
b lir
tab leiro
|
2. Copie as frases, completando as
palavras com o ou u:
a. Ele já está no segundo gra...
b. O b....teco ainda está aberto.
c. Não tenho mág....as de ninguém.
d. Está um ag....aceiro naquele salão.
e. Qual é o c....mprimento daquele
terreno?
f. Mamãe comprou nova táb....a de
passar.
EMPREGO DE ISAR E IZAR
-Emprega-se -isar nos verbos que derivam de palavras que apresentam s
na
sílaba
final. Exemplos : pisar(de piso) analisar (de análise) avisar (de aviso)
pesquisar
(de pesquisa
-
Escrevem-se com izar
os verbos que derivam de palavras cuja sílaba final não
apresenta s. Exemplos : canalizar (de canal)
fiscalizar (de fiscal) sinalizar (de
sinal) dramatizar (de drama)
Atividades
Copie as palavras, completando-as com s ou z:
agoni---ar (agonia) amen---ar (ameno)
finali---ar (final) repri---- (reprise)
ali---ar (liso) ideali---ar (ideal)
preci---ar (preciso) pi---ar (piso)
coloni---ar (colonia) simboli---ar (simbolo)
moderni---ar (moderno) improvi---ar (improviso)
fri---ar (friso) universali---ar (universal)
revi---ar (revisão) televi---ar (televisão)
OS SONS
DE X
O x tem valor de s => Exemplo : expectativa extensão sexta
texto
O x tem valor de z => Exemplo : Exame exemplo exercício
exibição êxito exílio
O x tem valor de ks =>Exemplo : Anexo fixo fluxo oxítona
oxigênio tóxico tórax
(Ele aparece em final de palavra ou entre vogais.)
Atividade
ldentifique o valor do x nas palavras:
sexta( )
máximo( ) exemplo( ) excelência( )
fluxo( ) enxada( )
? ? ? DÚVIDAS DO DIA - A - DIA
MAL OU MAU?
Ele tinha ouvido mal (advérbio de modo. O antônimo é bem)
Você tem mau gosto. ( adjetivo. O antônimo é bom)
O mal se estendeu a todos ( substantivo, o seu plural é
males)
Atividades
Complete as frases com mal ou mau 2 Não se esqueça! (Mal é o contrário de
bem e
mau, de bom!) .
a) Ele acredita confiantemente que foi um ..............pai
para seus filhos.
b) Nunca pense ............. das pessoas antecipadamente.
c) Quem não estuda, pode se dar ............ nas avaliações.
d) Seu ............humor é contagiante, meu caro!
e) Há pessoas que costumam tratar .............. a todos.
f) Parece que ele é um ..........caráter, a julgar por suas
atitudes.
g) Ando de ........... com a vida ultimamente. Nada me
acontece de bem....
h) O ......... trato para com animais deve ser combatido.
HOUVE ou OUVE?
Ouve ( do verbo ouvir =>1a. Pessoa do singular)
Houve(do verbo haver = ter, 3a. Pessoa do singular)
Atividades
Copie, completando com houve ou ouve:
a. --------- muita gente que morreu no confronto militar.
b. Ele -------- muito bem daqui.
c. Não ----------- nada demais aqui,
d. Há ocasiões em que ele ---------- melhor.
TRÁS OU TRAZ?
Continuei remando de costas, olhando para trás.(advérbio que
indica lugar, posição)
O sol traz alegria a muita gente.(forma verbal do verbo
trazer)
Atividades
Complete as frases com trás ou traz: (Lembre-se: trás é
posição e traz é ação de
trazer)
a) O sol ........... prenúncios de bom tempo.
B) A foca acenava para .......... cm as suas nadadeiras.
C) A Bíblia sempre ............ bons ensinamentos de vida.
D) Não se vire para ............, senão pode perder o
equilíbrio
e) Por .......... de um grande homem, vem sempre uma grande
mulher.
F) Coelhinho, o que é que você ......... para as crianças,
na Páscoa?
VIAGEM ou VIAJEM?
Uma viagem aérea
está sujeita a acontecimentos inesperados.(Substantivo comum)
É melhor que vocês viajem
pela manhã. ( Verbo viajar - 3a. pes. pl.)
Complete com
viagem (substantivo) ou viajem (verbo) :
a. Filha, como foi a ...................?
b. Espero que vocês ................... em paz.
c. Minha última ..................... foi tumultuada.
d. Acredito que eles ................... bem cedo.
HÁ 0U A?
Estou procurando emprego há muito tempo ( verbo haver no passado = faz)
Verei vocês daqui a
três semanas. (Preposição para(em, até), empregada em relação a tempo futuro)
Atividades
Complete com há ou a :
a. Chamarei você daqui........ dez minutos
b. A casa dele fica ......... dez quarteirões daqui.
C. Mamãe quer encontrá-lo daqui ..... algumas horas.
D. .......... tempos busco falar com você.
PORQUE, POR QUE OU
POR QUÊ?
Por que e por quê = qual a razão, motivo, causa. São
empregados em frases interrogativas, no seu início sem acento (por que) e, no
seu final, com acento (por quê). Por que
também pode vir no meio de frases afirmativas, com o sentido de a razão pela
qual.
Porque = explicação (pois). Emprega-se em
frases afirmativas, no início ou no seu meio.
Por que vocês não vieram?
Não viemos porque estava chovendo forte.
Vocês não telefonaram, por
quê ?
Atividades
Complete com porque, porque ou por quê :
a.Se estão noivos, ........... não se casam?
b. Não me lembro ....................fiz isso.
c. Não fomos ao jogo ................... choveu muito.
d. Não entendo................ demoram tato.
e. .................. não vieste ontem?
f. .Ele só confessou................. havia clima para isso.
g. Você chora assim, ..................?
ESTE, ESSE 0U
AQUELE?
O pronome este(esta, estes, estas), isto referem-se a seres
próximos ao falante.
O pronome esse e variantes referem-se a seres próximos aos ouvintes.
O pronome aquele e variantes referem-se a seres distantes do
falante e do ouvinte.
Atividades
Complete com os pronomes este, esse, aquele, flexionados ou
não:
a. O superintendente disse que aprovou porque o nome do
livro está irretocável.
--------argumento agradou a todos.
b. Onde compraste-------------sua gravata Juarez?
c. Amigo, ---------------senhor de pé, lá na frente, é meu
tio.
d. Filha, aonde vais com----------- pacote?
e. -----------------revista aqui, na minha opinião, está
muito boa.
f. Você conhece-------------------homem lá?
ONDE OU A0NDE?
Onde é empregado com verbos que não indiquem
movimento.(Em que lugar =
estar ou permanecer em um lugar ) => Você mora onde?
Aonde é empregado com verbos de movimento: ir, chegar,
levar.(Para que lugar
= movimento para algum lugar) =>Aonde você quer chegar?
Atividades
Complete as frases com onde ou aonde :
a. ............. estão as crianças?
b) ............. levaremos o casal?
c) ............ você foi tão tarde?
d) ............ fica a rua direita?
A GENTE VAI OU A
GENTE VAMOS?
A gente vai ao show de Sandy e Júnior ( esta
expressão substitui o pronome da
3a. pes. do plural => nós, mas pede o verbo na 3a, pessoa
do singular.)
Nós vamos de carona? (O pronome da 1a. pes. do
plural pede a concordância
verbal, isto é, verbo na 1a. pessoa do plural.)
6
A gente vamos de carro? (Expressão
inadequada, embora conste na linguagem falada, na escrita é tida como
incorreta.)
HISTÓRIA,
história OU ESTÓRIA?
HISTÓRIA ( fato real e comprovado)
história é o mesmo que estória, palavra incorporado recentemente em nossa língua
(quer dizer conto, fábula, lenda)
Atividades
Complete as frases, com História, história ou estória:
a) A........................ do Brasil é fascinante.
B) Menino, deixe de ...........................
c) Qualquer dia desses, vou publicar uma
......................... de aventuras, como o fez
Almir Klink.
AM OU ÃO EM FINAL DE VERBO
A forma am é
empregada para o passado
(pretérito imperfeito ou pretérito perfeito do indicativo) => Os babados brancos dançaram ao sopro da brisa.
=> As conchas e os caramujos enriqueceram
o reino.
A forma ão é
empregada para o futuro
(futuro do presente do indicativo).
=> Eles soltarão as rédeas da imaginação.
CESSÃO, SEÇÃO OU
SESSÃO?
+
Observe:
Cessão é ato de ceder. O governo fez a cessão de um terreno aos sem-terra.
Seção é repartição. Você encontra isso na seção de roupas.
Sessão é reunião de pessoas para um fim. A
primeira sessão de cinema
começa
às duas
horas.
Atividades (
complete com cessão, seção ou sessão)
a. A --------- de direitos já foi entregue a nós.
b. Hoje não haverá --------------- de teatro.
c. Na ------------ de eletrodomésticos você encontra o
fogão.
d. Houve uma ------------ espírita naquela casa,
SEXTA (Ê), CESTA
(Ê) OU SESTA (É)?
+ Observe:
a. Ele mora na
sexta casa da rua. Sexta é numeral, feminino.
b. A cesta está cheia de garrafas. Cesta é substantivo que significa
utensílio que
serve para
transportar roupa, alimentos, objetos etc.
c. Meus pais
tiraram uma sesta depois do almoço. Sesta é substantivo que
significa
descanso após o almoço.
Atividades
Copie as frases, completando-as com sexta, cesta ou sesta:
a. Hoje eu pretendo tirar uma ------------ .
b. A --------- está muito pesada.
c. Este foi a ----------- vez que estive aqui.
d. -------- -feira iremos ao teatro.
TÉCNICAS
DE REDAÇÃO
SERÁ QUE PODE,
PROFESSOR?
Desde que começamos a lecionar, ouvimos, nos dias de
redação, perguntas desse tipo: "- Professor, posso escrever
sobre...?"; " Professor, será que pode...?" A nossa resposta
nestes longos anos tem sido a mesma: - Sim, você pode. A redação é sua, e você
a faz como melhor desejar.
A verdade é que alguns alunos, diante da redação escolar, se
sentem obrigados a obedecer a um padrão, a uma lei que eles não sabem bem qual
é, mas que os impede de escrever com liberdade.
Por exemplo, se o tema sugerido é a juventude, eles ficam
preocupados em colocar idéias dos outros, muitas vezes porque as acham bonitas,
outras vezes porque acham que seu ponto de vista não agrada o professor.Costumo
dizer que todos nós e cada um de nós, somos uma grande idéia inventada pelo
Criador. Por quê então, não revelamos o que somos, sentimos, o que passa
através de nós?
Diante de uma folha de papel, escreva com total liberdade o
seu pensamento sobre o tema proposto.
ATIVIDADE PROPOSTA
Escreva com suas palavras sobre um dos Jograis :
.Juventude)
.O
pequeno Príncipe
.Vamos
trabalhar
.No
último andar
A NARRAÇÃO NA 1a. PESSOA
O estilo narrativo, quando desenvolvido na primeira pessoa
do discurso(eu), é aquele em que o narrador conta uma história, na qual
participa como personagem. Neste tipo de narração, todos os fatos passam pela
visão do narrador, ou seja, o texto mostra os fatos através da opinião de quem
os conta. Observe os textos abaixo :
A. "Meu verde
mar azul, para o qual eu ia, nos verões, de maiozinho vermelho, incorporada à
família, num grupo solene e grave como se obedecesse a um ritual. E lá ia eu,
sereia correndo pelos rochedos, livre como o vento. Rainha de incontáveis
castelos de areia, tive as mais belas coleções de conchas e caramujos que
enriqueceram o reino das bonecas de pano."
B. "Os dois,
meu pai e eu, montados no trator, lá íamos pela estrada de terra, sacolejados
de tão felizes!... Nestas horas, mais do que nas outras, adorava meu
velho."
Nos dois textos, é o narrador quem conta os fatos, conforme
indicam os pronomes e verbos em 1a, pessoa. e, o narrador participa ativamente
dos fatos que conta.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Você conhece o mar? Escreva um texto contando como você
se sentiu a primeira vez que foi à praia. Se não conhece, escreva contando
sobre um lugar de que você goste. Não deixe de escrever como você se sente
nesse lugar.
2. Certamente na sua infância aconteceu um fato
inesquecível. Escreva um texto contando esse fato.
3. Escolha uma pessoa da qual você gosta e escreva um texto
sobre ela. Você poderá dizer quem é essa pessoa, o que ela faz, do que ela
gosta, como é o relacionamento entre você e ela,etc.
Em seguida, releia cuidadosamente o seu texto e verifique se
escreveu apenas sobre os aspectos positivos desta pessoa ou se incluiu também
alguns negativos, o que é próprio de todas as pessoas, inclusive daquelas que
gostamos. Se não incluiu aspectos negativos, não se preocupe : "Só se vê
bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos"....(Antoine de Saint
Exupéry)
NARRAÇÃO EM 3ª
PESSOA
Na narração em 3ª pessoa, ao contrário da narração em 1ª pessoa o
narrador não participa dos fatos que conta, apenas observa, vê, e relata.
Muitas vezes, ele "entra" na cabeça dos personagens e
"capta" o que elas pensam, sentem etc. Veja:
"Daniela revê
os almoços, em sua casa, o pai reclamando do emprego (Todos uns incompetentes,
nem sei de que escola saíram. Só eu trabalho!), a mãe atenta aos modos dos
filhos..."
Observe que o narrador saiu do lugar onde as personagens
estavam, "entrou" na cabeça de Daniela; passando a contar os
pensamentos dela, e acabou contando um outro almoço em outra casa, envolvendo
outras personagens.
Veja outro exemplo:
"Ele passeava
o olhar pela rua, impaciente. Ela baixara a cabeça, chorando. Estavam diante da
papelaria. O gerente assistia à cena..."
Observe que, nesse caso, os verbos e pronomes aparecem na
3a. Pessoa.O narrador portanto, não participa dos fatos.
ATIVIDADE
PROPOSTA:
Escreva um texto narrativo na 3a. pessoa. Escolha um dos
títulos:
.
Aconteceu na escola. Uma cena de família. A criança e um desconhecido
TÉCNICA DE REDAÇÃO : COMO CRIAR UMA PERSONAGEM
Para criar uma personagem, o escritor usa, às vezes, dados
colhidos pela observação. Por exemplo, observa uma pessoa que habitualmente
levanta as sobrancelhas antes de falar. Depois, ele inventa uma personagem que
também apresente esse hábito. Mas o escritor também usa, na criação de uma
personagem, a empatia - qualidade psicológica que lhe permite sentir-se como
aquela pessoa, vivendo uma situação nova. Vamos a um exemplo: imaginemos que
Marcos escreva um conto no qual Ricardo, personagem criada por etc, precise
saltar de pára-quedas de um pequeno avião com problemas. Para
descrever os sentimentos da personagem Ricardo no momento
que antecede o salto, Marcos, através da imaginação, coloca-se no lugar de
Ricardo e descreve como ele se sente nessa situação.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Rubiana, 14 anos, garota meio tímida, está na sala de
espera de uma firma para conseguir seu primeiro emprego. Ponha-se no lugar
dele. Como ela se sente?
2. Rogério é um jovem goleiro de uma grande equipe
profissional. Ele disputa um jogo importante e falha, tomando um belo
"frango". Ponha-se no lugar dele. Como ele se sente?
O INTERIOR DA
PERSONAGEM
Vamos imaginar que um escritor de novela de televisão
precise mostrar que algumas de suas personagens possuem um bom caráter.
O que ele faz? Ora, ele inventa uma situação em que essas
personagens façam alguma coisa boa, mostrando, assim, que possuem um bom
caráter.
Por exemplo, numa noite fria, uma delas encontra, na rua,
uma criança pobre, passando frio. Ela fica com muita pena, tira um agasalho e
dá a essa criança.
Este mecanismo funciona em novelas, filmes, e também nos
livros. Quando um escritor precisa revelar o caráter de uma personagem, ele
cria uma situação em que essa personagem atue de forma a mostrar como ela é
interiormente: seus sentimentos, suas atitudes etc.
No texto O rato e o canário de Drummond de Andrade , por exemplo,
o autor quis mostrar o lado bom do dono dos animais: ele engana o gerente, mas
depois se arrepende e volta para se desculpar.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. O texto O rato e o canário é fantástico. lnvente uma
história quase inacreditável. Liberte sua imaginação.
2.Você está escrevendo um texto e precisa mostrar que uma
das personagens é uma pessoa nervosa: em situações difíceis, perde rapidamente
a calma. Como você faria? Também pode ser o contrário: uma pessoa que, diante
de uma situação difícil, controla-se e enfrenta tudo com calma.
ESTILO DE REDAÇÃO
=> CRÔNICA
Trata de um acontecimento comum, que não apresenta aspectos
dramáticos, muito pelo contrário, é um acontecimento da vida diária, cotidiana.
A crônica é um tipo de texto que trata exatamente desses acontecimentos
do dia-a-dia, capazes de ocorrer na nossa casa, na rua, na escola etc., sem
provocar grandes conseqüências.
Na literatura brasileira, é um gênero cultivado por vários
escritores: Rubem Braga , Cecília Meireles, Paulo Mendes Campos, Lourenço Diaféria,
Carlos Drummond de Andrade, Malu de Ouro Preto, Fernando Sabino; além de
outros.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Leia uma crônica, escrita por algum dos autores citados.
Em seguida, responda, dando exemplos do texto, às seguintes perguntas:
a. Onde e quando acontecem os fatos narrados pelo texto?
(Encontre as palavras que marquem lugares e tempo.)
b. Quantas são as personagens do texto? Conte como elas são.
c. Qual é o acontecimento central apresentado pelo texto?
Considere se ele pertence à vida diária, cotidiana, enfim, se ele cabe no
modelo apresentado na parte teórica do estudo
d. Dê sua opinião sobre o texto.
TÉCNICA DE REDAÇÃO
: A MEMÓRIA
O cérebro humano é uma verdadeira maravilha. Dentro do mundo
maravilhoso do cérebro humano a memória ocupa um lugar importante. O que é a
memória?
É a capacidade de guardar informações, sensações etc. Muitas
das informações guardadas na memória estão ligadas, associadas, a outras.
Assim, por exemplo, ao lembrar de um tipo de comida, você se recordará de uma
pessoa que adora esse prato e, quem sabe, até do lugar onde você via essa
pessoa. É evidente que essas lembranças são totalmente pessoais: para cada
pessoa, uma imagem ou uma palavra desperta uma lembrança diferente. Pode
acontecer, até que isso nem ocorra. Quando se escreve um texto, uma redação,
essas lembranças são extremamente importantes. Por isso, sempre que necessário,
recorra a elas.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Quando você vê uma fotografia do mar, de que você se
lembra?
2. O cheiro do café quentinho que lembrança lhe traz?
4. O nome Antônio lhe traz alguma lembrança? Qual?
.
Agora, escreva um texto em que uma ou mais dessas lembranças apareçam.
TÉCNICA DE REDAÇÃO
: A OBSERVAÇÃO
Observar é uma das palavras-chaves do ato de escrever.
Assim, quem quiser aprender a escrever, precisa aprender a observar. Foi o que
fez Amyr Klink, o navegador solitário, que atravessou o Atlântico Sul, da
África para o Brasil, em um pequeno barco, realizou uma notável aventura e
demonstrou algumas qualidades psicológicas durante sua façanha: coragem,
bravura, sabor pela aventura...e, quando estava em pleno mar, Almyr Klink
recebeu uma notícia que o deixou muito feliz - "Muito bem Almyr, você está
exatamente dentro da corrente que vai lhe trazer à Baía de Todos os Santos, de
São Salvador.
"Remando até o
sol se deitar, ouvi um barulho de água. lncrível! Era uma foca brincando perto
da popa, já vira muitas focas ainda próximo da costa, mas a duzentos quilômetros
era impressionante! Uma foca solitária nadando de costas, acenando para trás
com as nadadeiras e indo para frente como quem sabe aonde vai. Continuei
remando. Remando de costas, olhando para trás. Pensando na foca
solitária".
Observe que tudo isto escrito, é fruto da observação do
autor que soube ver a foca e registrar sua visão. Não é necessário atravessar o
mar em um barquinho para fazer observações interessantes. A vida diária permite
boas observações.
Neste livro citado você encontrará algumas atividades para
desenvolver seu poder de observação
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Observe bem o lugar no qual você dorme. Olhe bem para
todos os detalhes, procurando guardar alguns deles na sua memória.
2. Fique junto à porta olhando da direita para a esquerda.
Observe a posição dos móveis, a cor das paredes, a posição da janela, os pontos
banhados pela luz do sol, o cheiro do lugar.
3. O ser humano vai marcando o lugar onde vive com coisas de
que gosta. Veja que objetos pessoais marcam seu quarto.
4. Como você se sente no seu quarto? Em que momentos você
gosta dele? Em que momentos você não gosta dele? Quais as atividades que você
faz nele?
5. Qual o papel do seu quarto na sua vida?
TÉCNICA DE REDAÇÃO
: A DESCRIÇÃO
"Sobre nós, o céu estava completamente fechado, de horizonte
a horizonte, como se estivéssemos debaixo de imensa abóbada negra. A abóbada ia
descendo lentamente, como a tampa de um gigantesco alçapão." O parágrafo
acima informa ao leitor o aspecto fico onde as personagens estão. Trata-se de
um parágrafo descritivo, que informa sobre o visual do lugar onde acontece a
ação do texto.
Os pintores não representam, em seus quadros, paisagens e
pessoas? Quem escreve também pode fazer essa representação, só que através da
palavra. A descrição é, então, um recurso de grande importância, pois é através
dela que se aprende a ver, a sentir, a observar o mundo e a representá-la.
Nos textos ou parágrafos descritivos, predominam os verbos
de estado: "o céu estava completamente fechado" - e também freqüente
o emprego de comparações:"como se estivéssemos debaixo de imensa abóbada
negra". É importante usar as cores, e também os adjetivos, que ajudam a
caracterizar o objeto, o lugar, a pessoa descrita.
Ainda é importante fixar um ponto-de-vista de onde começar a
descrição. No parágrafo que serviu de exemplo, observe que o ponto-de-vista é
de baixo para cima.
ATIVIDADE PROPOSTA
1. Descreva sua aparência física. Não se esqueça da cor dos
cabelos, pele, olhos, roupas etc. Se preferir, descreva alguém que você
admira(gosta).
2. Descreva o céu. Use cores e não se esqueça de que elas
variam de tonalidade
3. Descreva a sua casa ou um lugar onde você se sente muito
bem. (Ambiente físico e psicológico)
TÉCNICA DE REDAÇÃO
: A REPORTAGEM
Muitos dos contados nos textos deste livro nunca aconteceram
na realidade foram criados pela
imaginação dos escritores.
Já o texto "Duro batismo de fogo" conta um
acontecimento que realmente ocorreu:
Existe uma escola, chamada EWM, que dá treinamento para
aeromoças e comissários de bordo, e essa escola promoveu, de verdade, o
treinamento contado pelo texto. As revistas, os jornais, o rádio e a televisão
divulgam constantemente reportagens. Para que um assunto se transforme em
reportagem, ele precisa interessar a um grande número de pessoas, ser um assunto
que contenha interesse jornalístico.
O AUTOR DA
REPORTAGEM : Para
escrever uma reportagem, o repórter vai ao lugar onde o fato acontece, às vezes
até acompanhado de um fotógrafo e passa a coletar informações. Depois, na
redação do jornal, ou da revista, ele escreve o texto, que mais tarde chegará
ao leitor. A reportagem tem o objetivo de informar o leitor; por isso pode
apresentar as seguintes características :
. nome e idade das pessoas que participam dos fatos
. dar a identificação dos lugares onde acontecem os fatos.
. o fato deve ser contado claramente em ordem cronológica
. a linguagem deve ser simples; os períodos, curtos.
ATIVIDADE PROPOSTA
Agora chegou a sua vez! Escolha um assunto que interesse aos
seus colegas.
Recolha as informações necessárias para sua reportagem.
Anote com cuidado as
suas informações. Transforme-as ( as informações) em um bom
texto jornalístico.
Sugestões para reportagem:
.Eleições(
para qualquer disputa, até mesmo do grêmio escolar),
.Profissões(para
jovens vestibulandos),
.Apresentações
(para shows, rodeios, festas de fim-de-ano (tipo reveillon,etc,)
.Festivais
( de teatro, de música, de dança)
TEXTO : SERENATA
AO MENINO DO HOSPITAL ( Cecília Meirelles)
Menino, não morras!
porque a lua cheia
vai se levantando do mar.
São de prata e de ouro,
as águas e as areias.
Não morras agora,
vem ver o luar!
Uma flor vai desabrochar :
- É azul? É roxa?
- É de ouro? É de prata?
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras!
verdes vaga-lumes
correm, num brilhante colar.
São de prata e de ouro,
todos os perfumes.
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras !
Ouve a serenata
que sussurra as cordas do ar...
São cordas de sonho
São de ouro e prata.
Não morras agora,
Vem ver o luar!
Menino, não morras !
Sobre o céu deserto,
há uma estrela imensa a brilhar.
É de prata e de ouro,
como está tão perto!
Não morras agora ,
que a estrela da aurora,
veio ver o teu rosto
banhado de luar...
OS SINAIS DE PONTUAÇÃO EMPREGADOS NO TEXTO POÉTICO de
Cecília Meireles
, (vírgula) => é empregado nas pausas, para separar
frases ou expressões, para
dar mais ênfase ao que se está dizendo, e, nas datas e
endereços.
. (ponto final) => é empregado para indicar o final de
uma frase declarativa ou
de um conjunto de orações; também se usa o ponto nas abreviaturas.
Exemplos :
Senhor = Sr. / Câmara de Dirigentes Lojistas = C.D.L.
: (dois pontos) => é empregado para indicar a introdução
da fala da
personagem, ás vezes para explicar, esclarecer algo que se
afirma anteriormente.
- (travessão) => é empregado para introduzir a fala da
personagem (início ou
meio)
1 (ponto de exclamação) => é empregado para indicar um
sentimento de
surpresa, admiração ou espanto nas frases exclamativas.
Também acompanha
uma ordem. Exemplo: Vamos, estude!
?(ponto de interrogação) => é empregado para indicar
perguntas diretas
Atividades
1. Empregue a pontuação adequada nas frases abaixo (dois
pontos,
vírgula, ponto de exclamação, ponto final, ponto de
interrogação).
A) O policial disse que ele deve se entregar
b) O lema de todo vencedor é este vencer ou vencer sempre
c) O menino disse
d) Não fui eu quem quebrou o seu vaso
e) Então quem o quebrou disse a mãe
f) As crianças costumam dormir cedo acordar cedo e dormirem
cedo
g) Veja só o que você fez
h) Por que você fez isso
1) Eu prefiro doces salgados refrigerantes eu prefiro tudo
que é bom
TEXTO : DE SOL A
SOL (Lucília Junqueira de Almeida Prado)
No dia seguinte, o sol nem não tinha aparecido e já
estávamos a caminho da roça, todos os colonos, em grupos de quatro, seis, oito,
os moços rindo os velhos calados.
Manhã orvalhada, dessas que a gente pisa no capim e sai com
a barra da calça molhada.
De sol a sol. Desde que o sol nascia até quando ele
desaparecia atrás do horizonte, a gente trabalhava de sol a sol.
Nosso grupo: na frente, vô Juvenal, figura alta, chapéu na
cabeça, enxada no ombro; logo atrás a mãe e eu. A mãe numa tristeza magoada que
a deixava tão bonita como uma santa.
- Tá sentindo alguma coisa, mãe?
- Não, filho. É só o dó de vê ocê largá a escola.
- Deixa, mãe...
- Se eu sabia de tudo isso, não tinha largado seu pai...
- Ficava apanhando feito vaca na horta, mãe? - perguntei do
jeito que vó Luzia falava.
Mãe sorriu, num doce acanho:
- Não, filho. Esperava ele curar da bebedeira, isto sim,
conversava com ele. Quando estava no seu normal, era um homem bom.
Então, enquanto a gente ia pra roça, comecei a lembrar de
meu pai: um homem forte, de cabelo crespo, dente de ouro bem na frente, quando
não estava bêbado, o olhar era limpo e tinha um jeito aprumado de jogador de
futebol. Costumava me chamar de moleque Nego: "Vem cá, moleque Nego! Vem
aprender a tocar viola com seu pai! " Eu, sentado no colo dele, dedilhava:
"Não sai bonito como o d'ocê, pa! Pai me abraçava: "Um dia aprende
moleque Nego! Aprende e vai ter o seu conjunto, viver de tocar nos bailes da
colônia, deixar esta vida sem eira nem beira".
Naquele meu primeiro dia a caminho da roça lembrei meu pai e
senti um frio que me arrepiou e outra vez aquele aperto na garganta: lá estava
eu a caminho da vida sem futuro.
- Mãe, se o pai voltasse, mãe, cê ia viver com ele? , .
Mãe pensou o prazo de um respirar:
- Ia, Neguito. Ia sim! Mesmo que ele voltasse o mesminho,
voltava pra ele ... por causa da carestia, pra dar mais conforto pr'ocês.
Não sei por que, senti alívio. E, de repente reconheci que
tinha saudades de meu pai.
ESTUDO DO TEXTO
1. Quando e onde acontecem os fatos contados pelo texto?
2. Quem conta o texto?
3. Qual o problema de familia que o texto conta?
4. Qual a causa desse problema?
5. O que fazia o pai quando bebia? E quando não bebia, como
era?
7. Qual a situação econômica da família?
8. Qual sua opinião a respeito da seguinte afirmação feita
pelo narrador: "Lá estava eu a
caminho de uma
vida sem futuro"?
9. Você concorda que um menino deixe a escola para trabalhar?
Por quê?
10. Para você, o trabalho do homem do campo é importante?
Por quê? Em que
condições ele
trabalha?
11. No texto, aparecem muitas expressões próprias do
universo dos camponeses. Uma delas, por exemplo, é apanhar mais que vaca na
roça, que quer dizer o seguinte: quando a vaca invade a roça, ela apanha pra
sair dali. Procure, no texto, outras dessas expressões e descubra o seu
significado.
12. Copie as palavras, procure no texto outras da mesma
família e escreva-as ao lado: orvalho desaparecido mágoa bêbado dedo caro
triste jogo
VOCÊ GOSTA DE MIM?
(Pedro Bloch)
- Mamãe...
- Que é, menino?
- Você gosta de mim?
Aquilo saiu sem querer. Quando viu já tinha dito. Lúcia se
surpreendeu com a pergunta. Na realidade não vivia manifestando afeto. Ela mesma
precisava que a aprovassem a cada instante. O erro de Ronaldo talvez fosse o de
não lhe dar aquela dose de palavras doces que fazem bem à alma de cada um.
Achava que qualquer manifestação de afeto era tolice. Há gente assim. Pensa que
qualquer ato de ternura, qualquer palavra mais açucarada, é pieguice. Há
pessoas que têm medo de sentir. Talvez porque tivessem sido muito magoadas
quando crianças, quando tentaram manifestar seu carinho e foram repelidas sem
querer. Talvez também tivesse ocorrido o problema do filho mais querido e menos
querido. O mais querido se sente um vitorioso permanentemente. O menos querido,
embora muita vez isso nem corresponda à realidade, fica como que sobrando na
vida e no mundo, pisando terreno inseguro, areia movediça, como naquela fita em
que o mocinho ficou preso sem poder sair e afundando cada vez mais.
- Claro que eu gosto de você, meu querido!
Abraçou-o mas, entre eles, estava o neném, que tinha vindo
para mamar justo naquela hora.
- Quando é que o neném vai pra casa?
- Na quinta.
- Por que é que o papai não gosta de mim? Mal acabou de
dizer levou até susto com as próprias palavras.
- Papai tem uma vida muito cheia de trabalho. Garanto que
ele adora você. Só que há gente que mostra isso com abraço e beijo. Outros
mostram sentindo. Só sentindo.
- E como é que a gente vai saber, se a pessoa não fala?
- Estamos falando agora. Está vendo como é bom ter diálogo?
Você quase não se comunica...
- É que você e papai estão sempre muito ocupados - pausa. -
Sabe que papai nunca me levou no escritório dele?
- O que é que você queria lá?
- Só olhar. Ver as coisas. Ver como ele trabalha. É meu pai,
né?
- Você pede a ele.
- Acha que não vai zangar?
- Claro que não!
Atividades ( Discussão em grupo, plenário, debate)
1. Na sua família há diálogo? Quais as horas em que isso
ocorre? Sobre o que vocês dialogam?
2. Na sua opinião, como uma pessoa pode saber que outra
gosta dela?
3. Na sua família existem normas (comportamentos) impostas
por quem a lidera(pai, mãe, irmão mais velho, avós, etc)? O que você pensa
disso? É bom? Não é? Como deveria ser?
TEXTO : O ALUNO
APAIXONADO (João Carlos Marinho)
Naquele dia o Godofredo levou um poema para a professora
Jandira escrito assim:
Jandira
Meu coração fira
Não.
Nossa lonjura
De idade
É pura
Formalidade.
O Pituca achou o poema babão, o Hugo Ciência apontou alguns
defeitos estilísticos e disse que coração com não é rima pobre. O Biquinha
falou que estava parecido com rima encavalada do Chico Buarque. A Sílvia
adorou, a Mariazinha ficou com ódio, quis rasgar o poema, Godofredo saiu
correndo antes que Mariazinha o tivesse rasgado, e entregou à Jandira. A
professora Jandira, de pé sobre o estrado, leu, riu e, tendo agradecido,
começou a aula:
- Grandes poemas da história da literatura surgiram de
paixões impossíveis, como esta do Godofredo por mim. A paixão impossível é um
estímulo para a poesia.
Edmundo pediu um aparte e falou que preferia os poemas do
Carlos Drummond de Andrade que não falavam de paixão e sim das coisinhas do
dia-a-dia.
- lsto é uma maneira muito simplista de examinar o Drummond
- falou Jandira - Mas vá, estou entendendo o que você quer dizer.
Jandira dividiu a classe em dois grupos e deu como lição de
casa um grupo trazer poemas de paixão impossível e outro de poemas falando de
coisinhas do dia-a-dia.
A aula de Jandira era a última. Os alunos foram saindo e
conversando e brincando na calçada.
- Deve ser engraçado ter uma paixão - disse Pituca - Nunca
tive. Como será?
- Paixão é uma doença delirante - falou Mariazinha - Homem e
mulher foram feitos para
aumentarem a Criação e não para ficarem se lamentando em
rimas e estrofes por aí.
- Trata-se de uma opinião filosófica defensável, porém,
discutível - ponderou Hugo Ciência
GRAMÁTICA APLICADA
AO TEXTO
1 - Retire do texto alguns verbos que estejam no Infinitivo,
Gerúndio e Particípio :
Infinitivo Gerúndio Particípio
2 - Justifique a acentuação das palavras em negrito no
texto, agrupando-as por regra :
lll - Circule os dígrafos de algumas palavras abaixo e
indique os encontros consonantais :
lonjura - naquele - correndo - antes - mulher - Chico -
grandes- preferia - Drummond -quis.
lV - Quantas letras e quantos fonemas há em :
homem Hugo
coração poesia
Mariazinha Biquinha
V - Indique como se formou a contração das preposições em e de nas palavras abaixo
naquele = do
= das =
na =
dela = deste =
num = dali
= daquilo =
ESTUDO E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO
1. Onde acontecem os fatos narrados pelo texto?
2. Como Godofredo quer ganhar o coração de Jandira?
3. Os colegas de Godofredo tiveram as mais diferentes
reações diante do poema que ele escreveu. A Mariazinha, por exemplo, ficou com
ódio. Por quê?
4. Qual a atitude dos outros?
5. Você acha que Jandira fez bem lendo o poema diante da
classe?
6. Por que a paixão de Godofredo, segundo Jandira, é
impossível?
7. Segundo Edmundo, de que falam os poemas de Drummond?
8. Como você entendeu: "Homem e mulher foram feitos
para aumentarem a Criação e não para ficarem se lamentando em rimas e estrofes
por aí?
9. Qual é o principal fato que o texto conta?
10. Você conhece algum caso parecido com o do texto? Conte-o
para os colegas.
Minha
primeira professora (Érico Veríssimo)
D. Margarida Pardelhas era uma espécie de Nêmesis, temida
pelos alunos insubordinados ou vadios e respeitada e mesmo venerada pelos
outros.
Solteirona de estatura meã, robusta mas não gorda, usava
p¡nce-nez, tinha um par de olhos claros e penetrantes, que pareciam ler nossos
pensamentos mais recônditos, o lábio superior sombreado por um buço que, quando
seu rosto estava sério ou irado, lhe acentuava a expressão de terribilidade.
Sua voz era metálica e autoritária. Tinha, porém, um belo sorriso, que parecia
reservar para os seus
eleitos, isto é, os alunos que se portavam bem em aula e
interessavam-se por aprender. D. Margarida educou várias gerações de
cruz-altenses. Pisava duro com seus sapatos de salto militar, e o ruído ritmado
de seus passos era conhecido de todos, inocentes e culpados. Quando ela entrava
na aula em que a desordem e a balbúrdia se haviam instalado, todos se
aquietavam de súbito, ao impacto de sua poderosa presença, e dali por diante
reinava o silêncio.
Sempre tive por essa grande educadora uma certa afeição
tingida de temeroso respeito. D. Margarida era solteirona e vivia numa pequena
casa de sua propriedade, em companhia de seus velhos pais, na Rua do Comércio.
Não acreditava na existência de Deus, mas nunca tentou, direta ou
indiretamente, transmitir aos alunos o seu ateísmo. Lembro-me vagamente de que
um dia um pai irado publicou num jornaleco local um "a pedido" em que
a chamava de "leitora de Voltaire e Diderot".
Recordo-me freqüentemente dessa minha professora sentada
atrás de sua mesa, em cima do estrado, tomando notas num caderno. Quando se
ouviam murmúrios na aula, erguia a cabeça, seus óculos relampejavam, e ela
exclamava:
"Ai! Ai! Ai!". E os ruídos morriam
instantaneamente.
Ao aproximar-se da velhice, D. Margarida Pardelhas
converteu-se ao catolicismo.
Morreu há já muitos anos. Deve estar no Céu, educando anjos.
(Solo de
clarineta. Porto Alegre, Globo, 1976. v. 2, p. 87-8.)
VOCABULÁRIO:
Némesis: personagem da mitologia grega
insubordinados: indisciplinados
meã: média .
pince-nez: óculos sem haste, presos ao nariz por uma mola
recôndito: escondido, oculto
buço: penugem
cruz-altenses: pessoas provenientes de Cruz Alta
balbúrdia: confusão
impacto: choque
temeroso: receoso
relampejavam: brilhavam repentinamente .
O ÚLTIMO
ANDAR (CECÍLIA MEIRELES )
No último andar é
mais bonito:
do último andar se vê
o mar.
Todos: É lá que eu quero morar.
O último andar é
muito longe:
custa-se muito a
chegar.
Todos: Mas é lá que eu quero morar.
Todo o céu fica a
noite inteira
sobre o último andar.
Todos: É lá que eu quero morar.
Quando faz lua, no
terraço
fica todo o luar.
Todos :É lá que eu quero morar.
Os passarinhos lá se
escondem,
para ninguém os
maltratar:
Todos: no último andar.
De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto, no
ar.
Todos:É lá que eu quero morar.
No último andar.
[Ou isto ou
aquilo,& inéditos Rio de Janeiro, Civilização Brasileira/MEC,1977, p 78.9.)
DIÁLOGO
À Leia os dois diálogos abaixo e observe as diferenças na
forma como foram apresentadas as falas das personagens.
- Como é que você se chama?
- Não sei. Ninguém me chama pra eu saber como é que eu me
chamo. E você?
- Vira-lata.
- Quem é que chama você assim?
- Chamar ninguém chama. Mas gritam "Sai daí, seu
vira-lata! Olha um vira.lata no jardim! Acerta uma pedra nesse vira-lata!"
- Bom, isso tudo eu também tô sempre ouvindo.
- Então pronto: você também se chama Vira-lata.
(Lygia Bojunga
Nunes. Os colegas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1981)
Eu assisti à tragédia. Era uma noite linda. Alguns colegas
idiotas ladravam à Lua, nos quintais vizinhos. (Tem muito cachorro que
envergonha a raça...) Eu tinha passado por baixo da cerca e batia um papo com
Sultão. De repente, ele me disse:
- Olha que homem tão bom... jogar dois bolos pra nós...
Eu vi aquilo e lati baixinho:
- Não seja besta, compadre. Olhe o que eu tenho lhe dito...
lsso é muamba...
lngênuo, confiante, ele se atirou ao primeiro bolo.
Eu avancei, latindo alto:
- Não coma essa porcaria, seu tonto!
O coitado pensou que eu queria o bolo dele e fugiu,
engolindo-o depressa e dizendo:
- O seu tá ali, seu bobo! O mocinho bom deu um pra cada
um...
lmediatamente ele cambaleou. Estava mortalmente envenenado.
(Origenes Lessa.
Confissões de um vira-lata. Rio de Janeiro, Ediouro, 1972)
PONTUAÇÃO
Pontue adequadamente os trechos abaixo.
1. Tangas miçangas sol mar toalhas estendidas areia morna e
celebridades semi-
nuas curtindo o calor eis a praia mais badalada do Brasil
2. Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão entrou na
loja um sujeito baixo
sem chapéu trazendo pela mão uma menina de quatro anos
3. Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a
seguir importantes pa-
ra efeito de pesquisas relativas aos vestibulares
4. Hoje eu daria o mesmo conselho menos passeio e mais estudo.
5. Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.
6. Terminada a aula o professor Jacinto dirigindo-se à
classe disse Todos deverão
trazer dicionário na próxima aula
7. À hora do almoço, notou que havia nas doze pessoas sentadas à sua mesa fi-
lhos sobrinhos cunhados
um curioso silêncio.
8. O Agente do recenseamento vai bater numa casa de subúrbio
longínquo onde
nunca chegaram as notícias
Não quero comprar
nada.
Eu não vim vender
minha senhora Estou fazendo o censo da população e lhe
peço o favor de me ajudar
Ah moço não estou em
condições de ajudar ninguém Tomara eu que Deus
me ajude Com licença sim
E fecha-lhe a porta
(Carlos Drummond
de Andrade. "Caso de recenseamento" in Poesia e prosa. Rio de
Janeiro, Nova Aguilar, 1988)
B Agora, você vai ler o texto abaixo e pontuá-lo
adequadamente.
Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:
- Senhor Presidente: não sou daqueles que...
O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o
plural. No entanto, po-
dia perfeitamente ser o singular:
- Não sou daqueles que...
Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas
era preciso precaver-
se contra essas armadilhas da linguagem - que recusa? - ele
que tão facilmente caía
nelas, e era logo massacrado com um aparte. Não sou daqueles
que... Resolveu ganhar
tempo:
- Embora perfeitamente cônscio das minhas altas
responsabilidades, como repre-
sentante do povo nesta Casa, não sou...
Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter
pensado no plural? Era
um desses casos que os gramáticos registram nas suas
questiúnculas de português. ia
para o singular, não tinha dúvida. ldiotismo de linguagem,
devia ser.
(Fernando Sabino.
ln Para gostar de ler. São Paulo, Ática, 1979, v. 4)
DISCURSO
DIRETO E INDIRETO
A Sublinhe os trechos onde aparece o discurso direto.
1. - Sim, afirmou a testemunha, eu estava lá.
2. "Pai José, disse ele ao entrar: Sinto-me hoje muito
cansado."
3. - Saiam imediatamente, ordenou o chefe.
4. Ele garantiu: Sairei às oito horas.
variólica, atestado audiométrico e três retratos três por
quatro.
- Retrato recente? - perguntou Juvenal - ou de quando eu
tinha cinco anos?
(Carlos Eduardo
Novaes. ln Para gostar de ler. São Paulo, Ática, 1981, v. 7)
B Sublinhe os trechos onde aparece o discurso indireto.
l. Alguém nos informou que na outra esquina havia uma
farmácia.
2. Numa expedição de alpinismo, o guia preveniu um turista
que tomasse cuidado para
não cair pois o lugar era muito perigoso.
3. Meu pai me disse que não sabia o que era aquilo.
1 - São
muitas sementes por todo o planeta!
As sementes dormem no seio da terra, até que uma delas cisme em despertar.
TODOS: É preciso
reconhecer as sementes.
2 - Naquele planeta existiam sementes
boas de árvores boas E sementes más de
ervas más É importante reconhecer as
sementes Todos os dias o principezinho cuidava de seu planeta Remexia os
vulcões e arrancava as ervas daninhas
que nasciam durante a noite.
TODOS:
É necessário saber reconhecer as sementes.
3 - Os baobás, se deixarmos que
cresçam, tornam-se árvores enormes E destroem um pequeno
planeta. Quando arbusto, porém, é uma planta semelhante às outras. É preciso
reconhecê-lo e arrancá-lo.
TODOS:
Quando pequeno é inofensível!
4 - Havia no seu planeta três
vulcões... Um estava extinto! Todos os dias ele remexia os três... Um vulcão?!
nunca se sabe...
TODOS:
Quando entrará em erupção!
5 - Os vulcões são perigosos porque
ardem desgovernados... Na terra, somos muito pequenos para remexê-los... Porisso nos
causam tanto mal.
TODOS:
Quando se está triste é bom ver o pôr do sol...
6 - Precisamos ser pacientes com os
adultos. Pois se julgam muito sabidos!...
Ordene ao seu general: Transforme-se em
uma gaivota!... Se ele porém não lhe obedecer...
TODOS:
A culpa não será sua...
8 - A autoridade repousa sobre a razão.
Os homens compram tudo feito nas lojas, mas como não existe lojas de amigos...
TODOS:
Se queres um amigo, cativa-o!
9 - Cativar ? É criar laços! Laços de
afetividade. Por favor, cativa-me! Laços de sinceridade.
TODOS:
Por favor, cativa-me!
10 - Laços de fidelidade.
TODOS:
Por favor, cativa-me!
11 - Cativar é manter tantos laços!...
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. A gente corre o
risco de chorar um pouco quando se deixou cativar... Se me dizes que vens às
quatro, Desde as três eu começo a ser
feliz...
TODOS:
Eu sou responsável pela minha rosa!
12 - Se amas uma flor, que se encontra
numa estrela será bonito olhares o céu à noite... Todas as estrelas estarão
floridas! O que os homens procuram?!?
TODOS:
O que eles procuram, poderia estar numa estrela!...
13 - Os homens?...Eu os vi uma vez...
Parecia ser mais que três, talvez
quatro. Andavam apressados e tristes. É
muito difícil ver carneiros através de
caixas?!...
TODOS:
Para um adulto, pode ser que sim...
14 - Pode ser que em algum lugar do
Universo, um carneiro destrua sua rosa!
TODOS:
Pode ser que sim!!!
15 - Não te parece importante a guerra
de rosas e carneiros?!?
TODOS:
Acho que sim!!!--
16 - Mas Eu sou responsável pela minha
rosa! E Eu pelo meu carneiro! Os homens cultivam cinco mil rosas num único
jardim...
TODOS:
E quase nunca encontram a que procuram!
17 - Há milhares e milhares de anos, as
rosas fabricam espinhos. Pensamos que são inúteis e terríveis!... Isto não te
parece importante?
TODOS:
Isto é muito importante!!!
18 - Cada vez que o acendedor acende o
seu lampião, um novo dia nasce.
TODOS:
Um novo dia nasce!
19 - Nunca se vai muito longe, quando
se anda só para a frente. Não existe só a frente! Eu conheço todas as direções!
TODOS:
São muitas as direções!.
20 - Às vezes, se enxerga melhor com o
coração!
TODOS:
O essencial é invisível aos olhos.
21 - Nada se vê ou nada se ouve, no
entanto, no silêncio, alguma coisa irradia...
TODOS:
Alguma coisa irradia...
22 - Ouça o som da água! A água, às vezes, é boa para o coração!
Aquela água foi boa para o meu coração... Nasceu do esforço do meu braço, do
canto daquela roldana... Da arte de viver e sonhar! Quando estiveres triste
TODOS:
Bom é contemplar o pôr do sol!...
TEXTO : DE SOL A SOL (Lucília Junqueira de Almeida Prado)
No dia seguinte, o sol nem não tinha aparecido e já
estávamos a caminho da roça, todos os colonos, em grupos de quatro, seis, oito,
os moços rindo os velhos calados.
Manhã orvalhada, dessas que a gente pisa no capim e sai com
a barra da calça molhada.
De sol a sol. Desde que o sol nascia até quando ele
desaparecia atrás do horizonte, a gente trabalhava de sol a sol.
Nosso grupo: na frente, vô Juvenal, figura alta, chapéu na
cabeça, enxada no ombro; logo atrás a mãe e eu. A mãe numa tristeza magoada que
a deixava tão bonita como uma santa.
- Tá sentindo alguma coisa, mãe?
- Não, filho. É só o dó de vê ocê largá a escola.
- Deixa, mãe...
- Se eu sabia de tudo isso, não tinha largado seu pai...
- Ficava apanhando feito vaca na horta, mãe? - perguntei do
jeito que vó Luzia falava.
Mãe sorriu, num doce acanho:
- Não, filho. Esperava ele curar da bebedeira, isto sim,
conversava com ele. Quando estava no seu normal, era um homem bom.
Então, enquanto a gente ia pra roça, comecei a lembrar de
meu pai: um homem forte, de cabelo crespo, dente de ouro bem na frente, quando
não estava bêbado, o olhar era limpo e tinha um jeito aprumado de jogador de
futebol. Costumava me chamar de moleque Nego: "Vem cá, moleque Nego! Vem
aprender a tocar viola com seu pai! " Eu, sentado no colo dele, dedilhava:
"Não sai bonito como o d'ocê, pa! Pai me abraçava: "Um dia aprende
moleque Nego! Aprende e vai ter o seu conjunto, viver de tocar nos bailes da
colônia, deixar esta vida sem eira nem beira".
Naquele meu primeiro dia a caminho da roça lembrei meu pai e
senti um frio que me arrepiou e outra vez aquele aperto na garganta: lá estava
eu a caminho da vida sem futuro.
- Mãe, se o pai voltasse, mãe, cê ia viver com ele? , .
Mãe pensou o prazo de um respirar:
- Ia, Neguito. Ia sim! Mesmo que ele voltasse o mesminho,
voltava pra ele ... por causa da carestia, pra dar mais conforto pr'ocês.
Não sei por que, senti alívio. E, de repente reconheci que
tinha saudades de meu pai.
O ÚLTIMO ANDAR (Cecília Meireles )
No último andar é
mais bonito:
do último andar se
vê o mar.
Todos: É lá que eu quero morar.
O último andar é
muito longe:
custa-se muito a
chegar.
Todos: Mas é lá que eu quero morar.
Todo o céu fica a
noite inteira
sobre o último
andar.
Todos: É lá que eu quero morar.
|
Quando faz lua, no terraço
fica todo o luar.
Todos :É lá que eu quero morar.
Os passarinhos lá
se escondem,
para ninguém os
maltratar:
Todos: no último andar.
De lá se avista o mundo inteiro:
tudo parece perto,
no ar.
Todos:É lá que eu quero morar.
No último andar
|
(Ou
isto ou aquilo,& Inéditos, Civilização Brasileira/MEC,1977)
PARTE A : ESTUDO DO TEXTO DE SOL A SOL
1. Quando e onde acontecem os fatos contados pelo texto?
2. Quem conta o texto?
3. Qual o problema de família que o texto conta?
4. Qual a causa desse problema?
5. O que fazia o pai quando bebia? E quando não bebia, como
era?
7. Qual a situação econômica da família?
8. Qual sua opinião a respeito da seguinte afirmação feita
pelo narrador: "Lá estava eu a
caminho de uma
vida sem futuro"?
9. Você concorda que um menino deixe a escola para
trabalhar? Por quê?
10. Para você, o trabalho do homem do campo é importante?
Por quê? Em que
condições ele
trabalha?
11. No texto, aparecem muitas expressões próprias do
universo dos camponeses. Uma delas, por exemplo, é apanhar mais que vaca na
roça, que quer dizer o seguinte: quando a vaca invade a roça, ela apanha pra
sair dali. Procure, no texto, outras dessas expressões e descubra o seu
significado.
12. Copie as palavras, procure no texto outras da mesma
família e escreva-as ao lado: orvalho desaparecido mágoa bêbado dedo caro
triste jogo
PARTE
B : ORTOGRAFIA
A. Pontue adequadamente os trechos abaixo.
1. Tangas miçangas sol mar toalhas estendidas areia morna e
celebridades semi-
nuas curtindo o calor eis a praia mais badalada do Brasil
2. Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão entrou na
loja um sujeito baixo
sem chapéu trazendo pela mão uma menina de quatro anos
3. Hoje eu daria o mesmo conselho menos passeio e mais estudo.
4. Terminada a aula o professor Jacinto dirigindo-se à
classe disse Todos deverão
trazer dicionário na próxima aula
5. À hora do almoço notou que havia nas doze pessoas sentadas à sua mesa fi-
lhos sobrinhos cunhados
um curioso silêncio.
6. O Agente do recenseamento vai bater numa casa de subúrbio
longínquo onde
nunca chegaram as notícias
Não quero comprar
nada.
Eu não vim vender
minha senhora Estou fazendo o censo da população e lhe
peço o favor de me ajudar
Ah moço não estou em
condições de ajudar ninguém Tomara eu que Deus
me ajude Com licença sim
E fecha-lhe a porta
(Carlos Drummond
de Andrade. "Caso de recenseamento" in Poesia e prosa. Rio de
Janeiro, Nova Aguilar, 1988)
B. Copie as frases, completando as palavras com g ou j:
a. Naquela época, eu fiz está...io nesta escola.
b. Espero que eles via .., em contentes.
c. A primeira la .... e do prédio está pronta.
d. Deixe de malandra ...em, menino!
C). Complete as palavras, empregando ch ou x:
-----eiro fle-----a abaca------1 pai----ão -----avante
------efe mo-----ila amei----a -------adrez -----ampu fei-----e cai----ão
---eque en------oval ------arlatão -----aruto
PARTE
C : GRAMÁTICA APLICADA AOS TEXTOS
1. Retire do texto
palavras das classes gramaticais já estudadas :
Substantivo
Adjetivo
Artigo
Advérbio
Numeral
Pronome
Verbo
2.Justifique a
acentuação nos vocábulos retirados dos textos:
bêbado - estávamos
já - cá - lá
chapéu
você
"largá"
colônia
ninguém
3.Conjugue o verbo
andar nos tempos verbais dos Modos Indicativo e Subjuntivo que você já
aprendeu.
INDICATIVO
Presente: Eu
Pretérito Perfeito:Eu
Pretérito Imperfeito: Eu
Futuro do Presente: Eu
Futuro do Pretérito: Eu
SUBJUNTIVO
Presente : Que eu
Pretérito Imperfeito : Se eu
Futuro : Quando eu
4. Vamos relembrar?
a) Circule os dígrafos
das palavras abaixo e indique os encontros
consonantais :
lonjura -
naquele - correndo
- antes - mulher - Chico -
grandes- preferia - Drummond - quis.
b) Quantas letras e
quantos fonemas há em :
homem Hugo
coração poesia
Mariazinha Biquinha
c) Indique como se
formou a contração das preposições em
e de com artigos, pronomes, advérbios nas palavras abaixo
naquele = do
= das =
na =
dela = deste =
num = dali
= daquilo =
SUMÁRIO
ORTOGRAFIA : REVISÃO, 1
ORTOGRAFIA : USO DO G ou J,
2
Atividades, 2
EMPREGO DE X E CH, 2
Atividades, 3
ORTOGRAFIA : uso do O e U, 3
Atividades, 3
EMPREGO DE ISAR E IZAR, 4
Atividades, 4
OS SONS DE X, 4
Atividade, 5
? ? ? DÚVIDAS DO DIA - A - DIA, 5
MAL OU MAU?, 5
Atividades, 5
HOUVE ou OUVE?, 5
Atividades, 5
TRÁS OU TRAZ?, 5
Atividades, 6
VIAGEM ou VIAJEM?, 6
HÁ 0U A?, 6
Atividades, 6
PORQUE, POR QUE OU POR QUÊ?, 6
Atividades, 6
ESTE, ESSE 0U AQUELE?, 7
Atividades, 7
ONDE OU A0NDE?, 7
Atividades, 7
A GENTE VAI OU A GENTE VAMOS?, 7
HISTÓRIA, história OU
ESTÓRIA?, 7
Atividades, 7
AM OU ÃO EM FINAL DE VERBO , 8
CESSÃO, SEÇÃO OU SESSÃO?, 8
Atividades ( complete com cessão, seção ou sessão), 8
SEXTA (Ê), CESTA (Ê) OU SESTA (É)?, 8
Atividades, 8
TÉCNICAS DE REDAÇÃO, 8
SERÁ QUE PODE, PROFESSOR?, 8
ATIVIDADE PROPOSTA, 9
A NARRAÇÃO NA 1a. PESSOA, 9
ATIVIDADE PROPOSTA, 9
NARRAÇÃO EM 3a. PESSOA, 9
ATIVIDADE PROPOSTA:, 10
TÉCNICA DE REDAÇÃO : COMO CRIAR UMA PERSONAGEM, 10
ATIVIDADE PROPOSTA. 10
O INTERIOR DA PERSONAGEM, 10
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
ESTILO DE REDAÇÃO => CRÔNICA, 11
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A MEMÓRIA, 11
ATIVIDADE PROPOSTA, 11
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A OBSERVAÇÃO, 12
ATIVIDADE PROPOSTA, 12
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A DESCRIÇÃO, 12
ATIVIDADE PROPOSTA, 13
TÉCNICA DE REDAÇÃO : A REPORTAGEM, 13
O AUTOR DA REPORTAGEM, 13
ATIVIDADE PROPOSTA, 13
TEXTO : SERENATA AO MENINO DO HOSPITAL (Cecília Meirelles),
13
OS SINAIS DE PONTUAÇÃO EMPREGADOS NO
TEXTO POÉTICO de Cecília Meireles, 14
Atividades, 14
TEXTO : DE SOL A SOL
(Lucília Junqueira de Almeida Prado), 15
ESTUDO DO TEXTO, 15
VOCÊ GOSTA DE MIM? (Pedro Bloch), 16
TEXTO : O ALUNO APAIXONADO (João Carlos Marinho), 17
GRAMÁTICA APLICADA AO TEXTO, 17
ESTUDO E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO, 18
Minha primeira professora (Érico Veríssimo), 18
VOCABULÁRIO:, 18
O ÚLTIMO ANDAR (CECÍLIA MEIRELES), 19
DIÁLOGO, 19
PONTUAÇÃO, 20
DISCURSO DIRETO E INDIRETO, 21
TEXTO : DE SOL A SOL (Lucília Junqueira
de Almeida Prado), 23
O ÚLTIMO ANDAR (Cecília
Meireles ), 24
PARTE A : ESTUDO DO TEXTO DE SOL A SOL, 24
PARTE B : ORTOGRAFIA, 25
PARTE C : GRAMÁTICA APLICADA AOS TEXTOS , 25
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